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Nacional
Terça - 14 de Novembro de 2006 às 09:20

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Rio - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, admitiu que a relação entre oferta e demanda de gás natural no País para 2008 está "apertada". Segundo ele, porém, "não há motivos para preocupação, porque o cenário previsto é perfeitamente gerenciável".

"Se utilizássemos 60% da energia térmica disponível - e não acreditamos que usemos nem 15%, por causa dos atuais níveis dos reservatórios das hidrelétricas - teríamos condições de cobrir de maneira apertada a demanda no caso de a economia crescer 4% ao ano", disse, durante o seminário "Os Desafios do Gás Natural", realizado ontem.

Segundo Tolmasquim, os problemas que "apertam" a relação de demanda e oferta no setor de gás natural são decorrentes de ações tomadas erroneamente no passado. "Ficamos presos a um só fornecedor e foi criado um plano prioritário de térmicas que previa a utilização de 40 milhões de metros cúbicos, mas não foi tomada nenhuma medida para trazer este gás de algum lugar ou para produzi-lo em território nacional. Em infra-estrutura é assim: o que não é feito no passado, não é resolvido com milagre."

O presidente da EPE disse também que é preciso não confundir problemas pontuais que a Petrobras teve nas últimas semanas - que prejudicaram o despacho de usinas térmicas - com a situação apertada que a demanda e a oferta de gás natural passarão no País provavelmente em 2008. "O que aconteceu nas últimas semanas foi a combinação de quatro problemas inesperados e pontuais para os quais a Petrobras não tinha lastro. Era para ter? Era, mas não tem. E é bom sabermos que se houver novamente uma conjunção de vários problemas simultâneos como aconteceu desta vez, novamente teremos problemas. Mas acredito que isso seja bastante raro e difícil de voltar a acontecer."

Os problemas foram o rompimento de um duto na Bolívia, um ajuste da plataforma P-37 que provocou parada da produção e a quebra de equipamentos na térmica de Araucária (PR) e no terminal de gás de Cabiúnas (RJ).

Apesar da situação "apertada", Tolmasquim se diz otimista com a oferta de gás no futuro. Segundo ele, em 2013 o Brasil terá o problema inverso: em vez de falta de gás, pode haver sobreoferta do combustível, que pode até tornar o País exportador. "Mantido o ritmo de crescimento de 4% ao ano, e considerando novas reservas ainda por serem descobertas ou declaradas comerciais pela Petrobras, haverá uma sobreoferta que permitirá ao Brasil entrar no grupo de exportadores de Gás Natural Liqüefeito", disse.

Apesar de a Petrobras projetar produção de 110 milhões de metros cúbicos por dia a partir de 2011, Tolmasquim afirmou que já seria possível contar com uma oferta diária média de 152 milhões de metros cúbicos a partir de 2015, considerando a importação dos 30 milhões de metros cúbicos da Bolívia e novas descobertas. (Kelly Lima





Fonte: Agência de Notícias

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