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Meio Ambiente
Segunda - 30 de Outubro de 2006 às 16:05

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A comunidade internacional deve atuar já contra a mudança climática se quer evitar um verdadeiro "desastre" para a economia mundial, que poderia cair até 20% por culpa da alta das temperaturas do planeta.

Essa é a advertência do relatório preparado para o Governo britânico pelo economista Nicholas Stern, que convoca os Governos de todo o mundo a fixar um preço para as emissões de CO2 mediante o pagamento de impostos.

O relatório, apresentado hoje em Londres, defende a cooperação internacional para fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e assinala que as ações para reduzir as emissões que contribuem para o efeito estufa devem ser consideradas como um investimento para o futuro.

Os Governos do mundo desenvolvido devem, além disso, levar em conta que os países pobres serão os primeiros a sofrerem e além disso os que mais diretamente vão suportar as conseqüências desse fenômeno.

As medidas para limitar radicalmente as emissões de CO2 podem trazer benefícios para a economia mundial em torno de US$ 2,5 trilhões ao ano, assinala o documento.

O mercado de tecnologias limpas poderia representar por sua vez um valor anual perto de US$ 500 bilhões e talvez muito mais para o ano de 2050 se forem tomadas as medidas necessárias. O relatório adverte que com uma alta das temperaturas de um 3 ou 4 graus centígrados, o aumento do nível dos mares transformará a dezenas e até centenas de milhões de pessoas em vítimas das inundações que se produzem cada ano.

As áreas litorâneas do sudeste da Ásia, sobretudo Bangladesh e Vietnã, assim como as pequenas ilhas do Caribe e do Pacífico terão que ser protegidas do mar.

Grandes cidades como Tóquio, Londres, Nova York ou Cairo também ficarão expostas ao risco de inundações.

A diminuição drástica das colheitas em continentes inteiros como a África impedirá os agricultores de produzir ou comprar alimentos suficientes para sua manutenção, assinala o relatório, segundo o qual as secas e as inundações poderiam transformar duzentos milhões de seres humanos em refugiados.

O derretimento das geleiras aumentará primeiro o risco de inundações e reduzirá posteriormente as reservas de água potável, o que será uma ameaça para aproximadamente um sexto da população mundial.

Os ecossistemas também sofrerão as conseqüências da mudança climática, e assim entre 15% e 40% das espécies vão ficar expostas à extinção, isto com apenas uma alta de 2% das temperaturas médias.

Além disso, se prevê entre 5% e 10% de aumento na velocidade dos ventos dos furacões, fator que, unido ao aumento das temperaturas dos mares, dobrarão os danos por catástrofes em países como os EUA.

Para a metade do século haverá ondas freqüentes de calor parecidas às experimentadas há três anos na Europa, nas quais calcula-se que morreram 35.000 pessoas e as perdas agrícolas alcançaram US$ 15 bilhões.

Para evitar efeitos tão catastróficos, o ministro britânico do Tesouro, Gordon Brown, defendeu hoje por uma ação internacional que deve incluir, entre outras coisas, uma redução das emissões européias de CO2 de 30% para o ano de 2020 e de pelo menos 60% para o ano de 2050.

Brown recomendou, além disso, estabelecer laços comerciais com o Brasil, Papua Nova Guiné e Costa Rica para assegurar a sustentabilidade do exploração florestal assim como cooperar com os gigantes econômicos emergentes como China ou a Índia no campo das tecnologias limpas.

O autor do relatório, Nicholas Stern, declarou hoje à BBC que sem ações urgentes e em nível internacional, cujo financiamento equivaleria a aproximadamente 1% do PIB mundial, não se conseguirá reduzir as emissões de CO2 na medida necessária.





Fonte: EFE

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