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Polícia Brasil
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 17:53

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Um dos acusados pelo assassinato do missionário jesuíta Vicente Cañas Costa, o pistoleiro Martinez Abadio da Silva, 73 anos, não será julgado porque a legislação brasileira prevê que o crime prescreve para os acusados que forem condenados após terem completado setenta anos. A prescrição foi solicitada pela defesa e aceita pelo Ministério Publico Federal, responsável pela acusação no processo.

Durante toda a manhã de hoje a defesa e acusação estiveram reunidos com o juiz da 2ª Vara Federal, Jeferson Schneider, discutindo encaminhamentos processuais. Após a pausa, voltou a ser debatido o pedido da defesa para que o julgamento dos dois acusados que ainda irão a júri seja desmembrado, isto é, feito em sessões separadas. Outro ponto a ser definido será sobre o início do julgamento sem a presença de todas as testemunhas de defesa.

Deverão ser julgados pelo Tribunal do Júri, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e em emboscada, Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado de polícia de Juína, município do crime, e José Vicente da Silva. O julgamento de Osmar já começou. Neste momento, está sendo feito o sorteio do júri. O julgamento do pistoleiro José Vicente da Silva ficou marcado para a próxima terça-feira.

As penas para homicídio qualificado podem variar de 12 a 30 anos de reclusão. A assessoria jurídica do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), representada pelos advogados Paulo Guimarães e Michael Nollan, está atuando na assistência de acusação do caso, ao lado do procurador Mario Lucio Avelar. Desde o início da manhã, cerca de 50 pessoas se reuniram no saguão do prédio da Justiça Federal em Cuiabá.

Duas lideranças do povo Rikbaktsa, representantes de pastorais, da Comissão Pastoral da Terra, do setor de direitos Humanos do MST, da Operação Amazônia Nativa (Opan), da Missão Anchieta, dos jesuítas, do Grupo de Trabalho Missionário Evangélico (GTME) e da Conferencia dos Religiosos do Brasil (CRB), entre outros, estiveram presentes. Entoaram cantos e colaram cartazes pedindo justiça e defesa dos direitos humanos.

O assessor especial da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ivair Augusto Alves dos Santos, irá acompanhar o julgamento, representando o Ministro Paulo Vannuchi. Dom Tomaz Balduino, bispo emérito de Goiás e ex-presidente do Cimi e da CPT também esteve presente.

O crime - Quando foi assassinado, Vicente Cañas voltava de uma reunião na Funai em Brasília, certo de que a demarcação de uma reserva para os Enawenê-Nawê sairia logo. A morte só foi descoberta porque a ausência de contatos por rádio chamou a atenção dos companheiros de missão. O jesuíta conviveu com os índios por mais de dez anos, tendo participado do primeiro contato da etnia com homens não-índios, em 1974.





Fonte: Da Redação

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