Acusado de matar 42 meninos chora e relata abusos
O acusado disse que sua vida sempre foi rodeada de sofrimentos. Ele disse ao juiz que foi criado pela avó, já que sua mãe morreu quando tinha 4 anos. Antes de sua mãe morrer, contou ele, ela havia sido abandonada pelo pai. A avó o criou ao lado de três irmãos e um outro foi criado por uma tia, citada por ele como Ana.
Chagas contou que, quando tinha 6 anos, a avó dele chamou um rapaz de 22 anos, de nome Carlito, para morar na casa com a família. Ele disse que Carlito abusou dele três vezes nessa idade. Os abusos aconteciam quando ele ficava sozinho.
"Vocês não sabem como é difícil falar sobre isso aqui", afirmou Chagas, chorando. O acusado disse que não tinha liberdade quando criança e que nunca teve oportunidade para falar sobre os abusos com ninguém.
A avó, segundo ele, sempre educou os netos de forma dura. Ela mandava cortar cipó de jatobá, com o qual batia nas crianças. Conforme o relato de Chagas, ela batia até sangrar e pisava no pescoço deles. Depois disso, ela ainda passava sal nos ferimentos. No entanto, o acusado disse que, apesar das agressões, perdoou a avó.
Julgamento O julgamento, previsto para começar às 9h, iniciou com atraso de 25 minutos. Um esquema especial foi montado para que 600 pessoas acompanhassem o julgamento que acontece no salão de eventos do Sesi, na Comarca de São José de Ribamar, região metropolitana de São Luís.
Dos 21 jurados que foram convocados, dois não compareceram, alegando problemas de saúde. Após o sorteio, a composição do júri foi definida, com três mulheres e quatro homens. O julgamento de hoje foi motivado pela morte de J.V.S, 15 anos, provavelmente, a vítima mais recente do réu.
Representantes de entidades de defesa da cidadania e adolescentes estão presentes ao julgamento, que acontece em um auditório lotado. A mãe da vítima,Rita de Cássia Vieira, também está no local. Todos estão vestidos com camisas com a figura de um sol e o nome de todas as crianças assassinadas em volta
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