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Internacional
Domingo - 22 de Outubro de 2006 às 15:47

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A Justiça argentina ordenou a prisão de 12 pessoas acusadas de participar dos incidentes ocorridos durante a transferência dos restos mortais de Juan Domingo Perón, três vezes presidente do país, para um novo mausoléu.

O Tribunal da cidade argentina de La Plata determinou as prisões depois identificar os agressores em vídeos fornecidos pelos canais locais de televisão, informou hoje o jornal Clarín.

Segundo os investigadores, as pessoas que participaram dos distúrbios são integrantes de torcidas organizadas dos clubes Estudiantes de La Plata, da Primeira Divisão, e Defensores de Cambaceres, de uma categoria inferior do futebol argentino.

Os investigadores acreditam que os torcedores foram convocados pelo sindicato de operários da construção civil para participar da transferência dos restos do general Perón (1895-1974) de um cemitério de Buenos Aires para o sítio 17 de Outubro, onde aconteceram os violentos confrontos entre setores rivais do sindicalismo argentino.

O ato de mudança dos restos mortais para o sítio, a cerca de 40 quilômetros de Buenos Aires, foi organizado pelas 62 organizações sindicais peronistas, ligadas ao governante Partido Justicialista (PJ, peronista).

No confronto com paus, pedras e armas de fogo, enfrentaram-se integrantes do sindicato de operários da construção civil e membros do sindicato dos caminhoneiros. O conflito deixou 59 feridos.

Após os distúrbios, Hugo Moyano, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical do país, e também líder do sindicato dos caminhoneiros, foi colocado no centro do escândalo porque Emilio Quiroz, filmado pela televisão quando atirava na direção do interior do sítio, é um empregado de seu grêmio.

Até agora, Quiroz era o único detido por determinação do juiz de Garantías Ricardo Melazo, que rejeitou o pedido do advogado de defesa do sindicalista, Daniel Llermanos, para que fosse libertado.

Como conseqüência dos distúrbios, vários dirigentes do movimento sindical querem agora tirar Moyano - aliado do presidente da Argentina, Néstor Kirchner - da cúpula da CGT.

Os investigadores do caso também adiantaram à imprensa que têm na mira outras 30 pessoas, embora ainda seja necessário descobrir suas identidades para ordenar a detenção.

As imagens dos episódios violentos da terça-feira passada foram comparadas com vídeos de jogos de futebol que o Comitê de Segurança Esportiva (Coprosede) possui, em que as pessoas procuradas pela Justiça foram identificadas.

Informações divulgadas hoje pela imprensa asseguram que, além dos disparos de Quiroz, durante os incidentes houve outros três tiroteios nos arredores do sítio. Enquanto isso, o Governo de Buenos Aires informou que dentro de aproximadamente um mês os desmandos provocados pelos distúrbios serão solucionados. Durante este período, o sítio permanecerá fechado e será guardado pela Gendarmaria argentina.





Fonte: EFE

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