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Educação/Vestibular
Sexta - 20 de Outubro de 2006 às 15:18
Por: Soraia Ferreira

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Sensibilizar para importância da conservação e preservação do Meio Ambiente. Com essa finalidade, o Governo do Estado, via Secretaria de Educação (Seduc), oferece aos profissionais da Educação, alunos e membros da comunidade do município de Juara (690 km de Cuiabá) a formação continuada de mediadores pedagógicos em Educação Ambiental. A capacitação, que faz parte do Projeto Educação Ambiental (PrEA), tem 20 horas, teve início na quinta-feira (19.10) e encerra nesta sexta-feira (20.10).

A técnica do PrEA, Giselly Gomes, informa que para que a sensibilização ocorra é necessário primeiramente que os participantes compreendam a concepção de ambiente. De acordo com ela, o ambiente vai além da natureza, e está ligado às questões sociais, econômicas e políticas, o que define a sua complexidade. “Nesta visão seria ingenuidade ligar o ambiente somente à natureza. Até porque a Educação Ambiental inscrita no PrEA, pede uma participação política democrática e não neutra “, afirma Giselly.

Com base nos apontamentos feitos por Giselly, a Seduc levou para as formações de mediadores do PrEA temas como o “Racismo Ambiental”. A finalidade é promover a discussão sobre relação dos problemas sociais e ambientais. Contudo, foi na conferência “Diversidade Racial e Étnico-cultural no Meio Ambiente”, realizada pela técnica da Seduc, Ema Maria Silveira, que este tema foi mais explorado.

De acordo com ela é fácil observar que empresas poluentes geralmente estão instaladas em área periférica. “Sem fazer qualquer análise do impacto social que poderá gerar sua atividade, escolhem nas grandes cidades, regiões afastadas onde estão e, que conseqüentemente, moram os mais pobres, se instalarem e provocam não apenas danos ambientais, mas danos à saúde dessa população que mora ao seu entorno”, observou.

A falta de políticas públicas eficientes nessas regiões de periferia, conforme Ema, é outro exemplo de desigualdade social que leva à desigualdade ambiental (Racismo Ambiental). “Os pobres estão mais expostos aos riscos decorrentes da localização de suas residências. A vulnerabilidade dos pobres vai desde a localização de suas casas a falta de sistema de esgoto, coleta de lixo e água potável”, disse Ema.

A professora acrescenta que durante o primeiro “Seminário Brasileiro contra o Racismo Ambiental”, que aconteceu em Niterói (RJ) em novembro de 2005, ficou estabelecido que o Racismo Ambiental pode ser definido como “as injustiças sociais e ambientais que recaem de forma desproporcional, sobre etnias vulnerabilizadas. O Racismo Ambiental não se configura apenas através de ações que tenham uma intenção racista, mas igualmente através de ações que tenham impacto racial, não obstante a intenção que lhes tenha dado origem”.

Ao finalizar a palestra, Ema observou ainda que o Racismo Ambiental fortalece a estratificação das pessoas seja por raça, etnia, condição social e a relação com o poder. “Desta forma, trabalhar esses temas em sala de aula, é importante para que os alunos e toda a comunidade escolar se unam para combater o racismo ambiental e melhorar o ambiente em que vivem”.





Fonte: Da Assessoria

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