Distúrbios estudantis no Chile deixam 291 estudantes detidos

Os estudantes chilenos protagonizaram nesta quarta-feira uma greve contra o Governo de Michelle Bachelet, a terceira em menos de cinco meses, que resultou em enfrentamentos com as forças policiais. Pelo menos 291 estudantes foram detidos, informou o Ministério do Interior.

"Não temos dados concretos, mas a maioria é constituída por estudantes do ensino médio", disse o governador de Santiago, Víctor Barrueto, em declarações à Rádio Biobío.

Em Santiago a polícia prendeu 237 manifestantes, enquanto em províncias foram registrados 54 detidos, destacou o informe oficial.

Os choques ocorreram em diferentes pontos do centro de Santiago, quando os estudantes tentaram caminhar em direção ao Ministério da Educação, sobre a Alameda, principal avenida da capital.

Os confrontos mais violentos ocorreram nas proximidades do Palácio presidencial de La Moneda, num momento em que mais de mil estudantes conseguiram se reunir e a polícia utilizou jatos de água para dispersá-los.

Os estudantes repeliram os ataques com pedras e paus, em incidentes que se estenderam por cerca de 30 minutos e que terminaram com um saldo de provisório de três feridos.

Enfrentamentos similares, embora menos intensos, ocorreram em outros pontos do centro da capital chilena, como as proximidades do edifício da Corte Suprema, onde a polícia também usou o carro com jato dïágua para dispersar os estudiantes que haviam bloqueado o trânsito e prendeu dez manifestantes.

Em outras cidades do Chile como Calama, no norte, Valdivia, Temuco e Puerto Montt, no sul, também houve manifestações.

Os estudantes, reunidos na Assembléia Coordenadora de Estudantes do Secundário (ACES), lançaram nesta terceira paralisação nacional em cinco meses ao denunciar "escassos avanços" numa comissão oficial encarregada de preparar as reformas da educação pública.