Oposição formaliza ação no TSE para que seja investigado o apoio de Maggi à Lula

Os presidentes do PSDB, PFL e PPS, que apóiam o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, formalizaram nesta terça-feira duas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Uma delas denuncia o presidente Lula por abuso de poder econômico devido à afirmação do governador reeleito Blairo Maggi, de que Lula liberaria recursos para comercialização da soka, justamente após encontro os dois em que o governador declarou apoio ao presidente.

A outra ação complementa um processo já existente no TSE que investiga o eventual envolvimento de Lula no escândalo do dossiê contra tucanos.

A oposição pede que sejam incluídas nas investigações as denúncias da revista Veja desta semana sobre a suposta visita secreta de Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente, a Gedimar Passos na Polícia Federal, onde este último está preso.

"Nós queremos a verdade, queremos saber de onde veio o dinheiro", disse a jornalistas no TSE o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, repetindo o principal bordão da oposição neste segundo turno.

O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), recebe em seu gabinete, nesta tarde, o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal.

Na quarta-feira, os líderes da oposição irão à Polícia Federal pedir uma investigação isenta. Pedirão também à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que acompanhe as investigações.

Liberação de recursos

O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes, anunciou ontem que o governo federal irá liberar R$ 1 bilhão para os produtores de soja.

Os recursos sairão por meio de medida provisória, que deve ser editada até o próximo dia 30. Guedes descartou qualquer ligação com a campanha eleitoral. Na semana passada, o governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), havia anunciado o novo socorro.

O dinheiro, segundo o ministro, faz parte dos R$ 2,8 bilhões destinados ao incentivo ao agronegócio em todo o país dentro da política de garantia de preços implementada pelo governo. Guedes explicou que o dinheiro só vai ser liberado no final do mês por ser a época em que o agricultor começa a planejar a produção para o próximo ano.

O ministro argumentou que desde 1986 não havia no país uma política de garantia de preço tão forte como a de agora, em relação à soja. A produção nacional da oleaginosa é estimada entre 50 e 56 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento.