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Polícia Brasil
Quinta - 28 de Setembro de 2006 às 08:26

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A polícia indiciou nesta quarta-feira, 27, a advogada Carla Cepollina pelo assassinato do coronel e deputado estadual Ubiratan Guimarães, ocorrido no dia 9. Segundo o promotor Luiz Fernando Vaggione, o inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deve ficar pronto em dez dias e ele terá os elementos necessários para que Carla seja denunciada à Justiça, próxima etapa do processo. “Há indícios mais do que suficientes para o oferecimento de uma acusação formal.”

Carla chegou ao DHPP às 14h30, para o reinício do interrogatório suspenso na segunda-feira. Ela nega a autoria do crime. A polícia indiciou a advogada por homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. No fim do interrogatório, por volta das 21 horas, Carla foi fichada.

Pela primeira vez em mais de duas semanas de investigação, o DHPP não tratou Carla e sua mãe, Liliana Prinzivalli, com diplomacia. O carro da polícia que as conduziu parou na rua, e não na garagem. Para chegar à porta, elas tiveram de caminhar entre os jornalistas.

Para Vaggione, uma “avalanche de indícios” comprova que Carla “é a assassina do coronel”. “Só não há mais indícios porque ela ocultou provas.” Ele disse, como exemplo, que a namorada entregou para perícia uma camisa escura, mas usava uma clara no dia do crime.

O advogado de Carla, Antônio Carlos de Carvalho Pinto, alegou desconhecer qualquer ocultação de provas. Segundo ele, se existe essa informação, não foi incluída no inquérito policial. Carvalho Pinto disse que a polícia não tem provas para apontar a cliente como autora do crime e que “o DHPP deveria ser mais prudente e cauteloso”.

A perícia já tem em mãos o resultado do exame residuográfico das mãos de Ubiratan: não havia vestígios de pólvora. Isso sinaliza que o coronel não usou arma de fogo. Faltam resultados dos exames de duas toalhas e dois copos de caipirinha recolhidos no apartamento, nove CDs do circuito interno de TV do prédio de Carla, um computador da namorada e as roupas que ela entregou como sendo as usadas no dia do crime. Na terça-feira, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, titular da Divisão de Homicídios, disse que, independentemente do resultado dos laudos, o caso estava “100% esclarecido”.

Antes do depoimento da filha, Liliana, que também é advogada, pôs sob suspeita a atuação da polícia e criticou o delegado do DHPP. “Isso é uma coisa que eu vou mandar para outros países, para a ONU, para ver o tipo de investigação que é feita aqui”, afirmou. “Entendo o desespero de uma mãe na situação dela”, disse Costa Filho.





Fonte: Agência Estado

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