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Politica Brasil
Quarta - 27 de Setembro de 2006 às 01:55

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O avanço das investigações sobre a negociação de um dossiê com supostas informações contra candidatos do PSDB tem levado a Polícia Federal (PF) a acreditar, cada vez mais, que os recursos destinados à compra dos documentos se originaram de um eventual caixa dois do PT. A PF já sabe, extra-oficialmente, que os US$ 248,8 mil, de um total de R$ 1,7 mil apreendidos com petistas, entraram legalmente no Brasil, diretamente de um banco em Miami até uma instituição financeira na capital paulista - cujo nome, titular da conta e sacador já seriam de conhecimento da polícia.



A PF mantém as informações em sigilo por orientação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos - de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. Quando à parcela em reais dos recursos, a própria PF informou que dificilmente irá identificar sua origem antes das eleições. Do R$ 1,168 milhão apreendido, apenas R$ 25 mil foram identificados. A polícia pediu a quebra do sigilo bancário de agências do BankBoston, Bradesco e Safra, de onde os R$ 25 mil foram sacados, para identificar correntistas suspeitos.

Embora saiba que os dólares entraram no País de forma legal, a PF investiga se a origem do dinheiro é irregular. O órgão acredita que os recursos destinados a pagar o dossiê sejam de caixa dois ou fruto de desvio de recursos públicos em atos de corrupção.

Segundo depoimento dado nesta terça-feira por dois policiais ligados à apuração do caso, sob a condição de terem seus nomes mantidos sob sigilo, a suspeita de caixa dois se justifica pela proximidade dos envolvidos com a direção do PT e com o comitê de campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"São pessoas muito próximas à direção do partido e da campanha", argumentou.

O informante lembra que, conforme as investigações feitas até agora, dois dos principais envolvidos na negociação, Jorge Lorenzetti e Oswaldo Bargas, eram intimamente ligados à coordenação da campanha de Lula.

Outro citado, Freud Godoy, tinha bom trânsito na direção do PT e trabalhava como assessor especial da Presidência da República.

Já o advogado Gedimar Passos - preso em São Paulo com cerca de R$ 1,7 milhão, juntamente com o empresário Valdebran Padilha - também trabalhava no comitê de reeleição do presidente.

Além deles, foi envolvido no escândalo o diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso - afastado de suas funções - que também atuava no comitê da campanha. Outro policial que participa dos levantamentos atribui a desconfiança sobre as finanças do partido ao afastamento do então coordenador nacional da campanha, deputado Ricardo Berzoini (SP), que é presidente do PT.

No dia 20 de setembro, mesma data em que deixou a coordenação da campanha de Lula, Berzoini afirmou não ter "nenhum envolvimento nessa história" do chamado "dossiê Serra".

"O afastamento do coordenador do comitê já é um indício bastante relevante da ligação do partido com os envolvidos. Ainda não podemos descartar que o dinheiro apreendido seja do PT", argumentou o policial.

Nesta terça, Lorenzetti, Bargas, Freud, Expedito, Gedimar e Valdebran tiveram suas prisões decretadas pela Justiça Federal de Mato Grosso.

Todos teriam participado de maneira direta ou indireta da negociação de documentos contra os candidatos tucanos à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra, com o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin.

Dono da empresa Planam, Vedoin é acusado de ser o chefe da chamada Máfia das Ambulâncias.




Fonte: Terra

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