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Internacional
Terça - 26 de Setembro de 2006 às 16:08

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A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, respondeu nesta terça-feira ao ex-presidente Bill Clinton sobre a forma que o atual governo atual enfrenta a ameaça terrorista da Al-Qaeda e o presidente George W. Bush, além de se negar a responder às acusações de seu antecessor, classificou de "ingênuo" achar que a guerra no Iraque potencializou o terrorismo mundial, conforme conclusões de um relatório da inteligência divulgadas pela imprensa.

Rice defendeu ferrenhamente o governo republicano assegurando, em entrevista publicada pelo jornal The New York Post, que o esforço de Bush para enfrentar a ameaça das milícias islâmicas antes dos atentados de 2001 foi pelo menos igual ao do governo Clinton.

"O que fizemos em oito meses foi pelo menos tão agressivo quanto o que fez a administração Clinton nos anos anteriores", assegurou Rice.

Clinton (presidente entre janeiro de 1993 e janeiro de 2001) sugeriu, em entrevista ao um programa de TV televisivo no final de semana, que o governo Bush fracassou ao avaliar a ameaça que significava a Al-Qaeda nos seus primeiros oito meses de gestão em 2001, antes dos ataques em Nova York e Washington de 11 de setembro do mesmo ano.

O presidente Bush, por sua vez, evitou comentar as críticas de seu antecessor.

"Já vi dedos acusadores, os qualificativos usados e todas essas coisas", afirmou Bush à imprensa. "O povo americano precisa saber que investimos todo nosso tempo em fazer tudo que é possível para protegê-lo. Não vou comentar outros comentários", afirmou.

"A meu ver, a única forma de defender o país é ficar na ofensiva. É absurdo pensar em nos retirarmos e esperar o melhor", assegurou.

Em um contra-ataque característico de um ano eleitoral, Bush anunciou que ordenou a divulgação parcial de um informe da inteligência depois que a imprensa divulgou versões de que o documento indicaria que a guerra no Iraque agravou a ameaça terrorista. O presidente negou que a guerra no Iraque tenha tornado os Estados Unidos menos seguro e disse que seria ingenuidade tirar essa conclusão, durante coletiva de imprensa conjunta com o presidente afegão Hamid Karzai.

Bush informou que a seção "conclusões-chave" do Informe Nacional de Inteligência sobre o Iraque e o Terrorismo será divulgada o quanto antes.

Segundo ele, os vazamentos à imprensa tiveram "motivações políticas".

No domingo, importantes jornais americanos informaram sobre a existência desse documento secreto, um resumo da visão de 16 agências de inteligência americanas, que aparentemente contradiz as reiteradas mensagens de Bush sobre a validade da invasão ao Iraque com a alegação de que essa decisão acirrou o ódio e o recrutamento de islamitas extremistas.

Bush aceitou que os terroristas estão usando o violento conflito no país árabe como "uma ferramenta de recrutamento", mas criticou quem acha que invadir o Iraque foi um erro.

"Discordo totalmente, Acho que é ingênuo. Acho que é um erro que as pessoas acreditem que continuar com a ofensiva contra pessoas que querem prejudicar o povo americano nos dá menor segurança", enfatizou.

Bush disse ter discutido o tema com o diretor nacional de Inteligência, John Negroponte, e ordenado tornar públicas algumas partes-chave do informe. A oposição democrata aproveitou a divulgação do documento na imprensa para atacar o governo de Bush, a pouco mais de um mês das eleições legislativas de 7 de novembro.

Mas um funcionário a par das conclusões do informe, e que não quis ser identificado, afirmou que o documento também adverte que uma retirada do Iraque também motivaria os islamitas extremistas, argumento defendido por Bush.





Fonte: AFP

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