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Nacional
Terça - 26 de Setembro de 2006 às 03:15

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O presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse estar sendo vítima de um massacre. Durante comício realizado, na noite da segunda-feira, Lula comparou o momento que vive às situações extremas enfrentadas pelos ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart.

"Não tenho dúvida de que poucas vezes na história de um país do tamanho do Brasil, um presidente foi massacrado como eu fui", disse Lula.

Além de lembranças vivas do sofrimento de Getúlio Vargas, que teria sido levado ao suicídio pelas fortes pressões que sofrera, Lula afirmou ter em mente as sistemáticas acusações de corrupção enfrentadas por Juscelino Kubitschek.

No grupo das vítimas da história republicana recente, o presidente elencou ainda João Goulart, que teria enfrentado muitas humilhações para exercer a Presidência do país.

Para o presidente-candidato, suas realizações não são divulgadas com isenção e seu governo não estaria sendo beneficiado pela mesma "condescendência" recebida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu primeiro mandato.

Na opinião de Lula, se tivesse recebido igual tratamento da "querida imprensa", teria 70 por cento dos votos nas eleições do próximo domingo.

O comício encerrou a última visita de Lula ao Rio Grande do Sul antes da eleição de domingo. Diferente do cenário nacional, entre os eleitores gaúchos, o petista aparece em situação de empate técnico ou até em desvantagem em relação ao seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin.

Na agenda da visita, Lula também teve compromissos como presidente. Participou do lançamento da pedra fundamental de uma usina termelétrica e visitou as obras de implantação da primeira indústria brasileira de circuitos integrados para equipamentos eletrônicos, em Porto Alegre.

MALDITO DOSSIÊ

Apesar de boa parte do comício ter sido dedicada a prestar contas dos investimentos do governo federal no Rio Grande do Sul e a reafirmar suas chances de reeleição já no primeiro turno, o presidente-candidato lembrou que "nem tudo é um mar de rosas" para definir os problemas enfrentados por sua administração.

Além de um suposto preconceito contra o partido e o fato do presidente ser um ex-metalúrgico, haveria "companheiros que não ajudam, não facilitam".

Referindo-se ao envolvimento de dirigentes petistas na tentativa de compra de informações como "maldita história do dossiê", Lula admitiu que o grupo errou e disse esperar uma "apuração total e irrestrita" sobre o episódio, principalmente sobre o conteúdo dos documentos.

"Será que envolve outro candidato? Quero a apuração total e irrestrita. Quero saber a mais absoluta verdade. Quero saber a verdade total", disse Lula.

Alegando não ter poderes mágicos que permitiriam saber que seria traído, voltou a comparar sua situação com a de Jesus Cristo e Tiradentes que não saberiam como seus companheiros estariam agindo.




Fonte: Reuters

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