Vedoin quer provar que recebeu propina por meio de "extratos"

Com os documentos e extratos bancários entregues à Justiça Federal de Cuiabá no último dia 14, Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, quer comprovar o recebimento de propina por Abel Pereira, empresário supostamente ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri. Os extratos comprovariam a transferência de quantias a empresas e pessoas supostamente ligadas a Pereira.

Segundo um extrato do Banco do Brasil apresentado pelo empresário, R$ 20 mil foram transferidos por uma das empresas da máfia a uma pessoa supostamente ligada a Pereira. Há também dois comprovantes de dezembro de 2002 que mostram transferências de R$ 33,5 mil e R$ 70 mil a empresas ligadas ao ex-ministro.

O documento, redigido pelo advogado de Vedoin, Otto Medeiros, afirma que o chefe da máfia das sanguessugas se encontrou com Abel Pereira. No encontro, Pereira, que teria afirmado ser amigo pessoal de Barjas, solicitou uma comissão de 10% sobre o valor de verbas liberadas para a compra de ambulâncias.

Abel Pereira confirma ter relações de amizade com Barjas, mas nega qualquer envolvimento no caso. Ele já declarou à imprensa que teve uma reunião com Vedoin, mas para discutir uma parceria na criação de vacas leiteiras que acabou não evoluindo.

Estrago - Apesar de não ter afetado, até o momento, o desempenho de Lula nas pesquisas de intenção de voto, a crise do dossiê contra tucanos já atingiu 8 petistas e derrubou personagens-chave da campanha do PT à reeleição. O episódio culminou no afastamento do presidente do PT, Ricardo Berzoini, da coordenação da campanha presidencial e de outros integrantes do comitê petista na quarta.