Peres aconselha presidente da Síria a "negociar e não ameaçar"
O estadista se referiu desse modo à recente afirmação do líder sírio, que reiterou seu oferecimento de negociar a paz - em troca da qual seu país exige a devolução da Colinas do Golã - pois, caso contrário, terá de recorrer às armas para recuperar esse território em poder de Israel.
"Al-Assad não pode, ao mesmo tempo, falar de paz e ameaçar nos atacar", disse Peres.
"As duas coisas não andam juntas. Ele precisa decidir: ou fala de paz ou ameaça com uma guerra, ou acredita que com ameaças de guerra conseguirá a paz. Tudo isto é um erro colossal", acrescentou.
Se o presidente sírio deseja a paz e o território do Golã que reivindica, "tem de estar disposto a negociar sem ameaças". Se esses são seus desejos, "deve levantar-se e dizer que quer reunir-me com o chefe do Governo israelense para debater sobre a paz", comentou.
Segundo Peres, "a Síria ainda faz um duplo jogo" pois acolhe em seu território Khaled Mashaal (líder do Movimento Islâmico Hamas), "pai do extremismo e do terrorismo que impede os palestinos de terem paz com Israel".
O Governo sírio ofereceu em diversas ocasiões, nos últimos meses, e também por diferentes canais diplomáticos, negociar a paz com Israel em troca do Golã, ocupada há quase quarenta anos pelo Estado judeu.
A última rodada de negociações aconteceu sob a recomendação do então presidente americano Bill Clinton.
Na ocasião, o então primeiro-ministro israelense Ehud Barak, segundo divulgado à imprensa, ofereceu ao falecido presidente Hafez al-Assad a devolução de quase todo o Golã em troca de acordos de segurança.
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