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Politica Brasil
Domingo - 24 de Setembro de 2006 às 14:07

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A realização de um segundo turno na eleição presidencial ficou muito perto da realidade: a vantagem do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que lhe garante a vitória no primeiro turno caiu para apenas 3 pontos porcentuais, segundo pesquisa Estado/Ibope. Na pesquisa anterior, anunciada em 21 de setembro, a vantagem de Lula sobre os demais era de 7 pontos.

Na simulação de primeiro turno, Lula caiu 2 pontos e ficou com 47% (49% na pesquisa anterior) e Geraldo Alckmin (PSDB) subiu 3 pontos e ascendeu a 33% (30% na anterior) - tudo isto, em apenas 3 dias. A vantagem de Lula sobre os demais era de 15 pontos porcentuais na última semana de agosto, chegou a 10 pontos em 8 de setembro, oscilou para 9 pontos no dia 15 de setembro e bateu em 7 pontos no dia 21, desabando agora para 3 pontos.

Todos os movimentos aconteceram dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos porcentuais, mas seguem tendências já mostradas em consultas anteriores. Alckmin tinha 21% em 18 de agosto e depois subiu sucessivamente para 22% (27 de agosto), 25% (1º de setembro), 27% (8 de setembro) e 30% (21 de setembro) e agora 33%. Em todas estas pesquisas Lula demonstrou estabilidade. Ele tinha 47% (18 de agosto), 49% (27 de agosto), 48% (1º de setembro), 48% (8 de setembro), 49% (21 de setembro) e agora 47%.

A soma dos adversários de Lula tem crescido por conta exclusiva de Alckmin, já que os outros candidatos estão rigorosamente estabilizados. Heloísa Helena (PSOL) oscilou 1 ponto para baixo nesta pesquisa e ficou com 8%; Cristovam Buarque (PDT) continua com 2% e Ana Maria Rangel (PRP), a única a pontuar um número inteiro, ficou com 1%. A soma de todos dá 44%, 3 pontos, portanto, abaixo do índice de Lula.

Na contagem dos votos válidos, Lula se aproxima perigosamente dos 50%, abaixo dos quais já não venceria no primeiro turno: ele tem 52%, depois de ter 60% (em 27 de agosto), 57% (1º de setembro), 55% (8 de setembro), 54% (21 de setembro) e agora 52%. Alckmin, em sentido contrário, vem subindo progressivamente: tinha 26% (em 27 de agosto) e a seguir, 30%, 31%, 33% e agora, 36%. A soma dos votos válidos dos outros candidatos é de 48%.

Segundo turno real Na simulação de segundo turno - que deixou de ser um exercício virtual para se aproximar da realidade -, Lula venceria Alckmin por 50% a 41%. Há cinco dias esse placar era de 52% a 37%. De lá para cá Lula oscilou 2 pontos para baixo e Alckmin cresceu 4 pontos, bem acima da margem de erro da pesquisa.

Outra vantagem substancial de Alckmin é que, no segundo turno, Lula consegue agregar apenas mais 3 pontos porcentuais além de sua votação de primeiro turno, o que significa que na fase decisiva praticamente só poderá contar com sua própria força.

Enquanto isso Alckmin arregimenta mais 8 pontos no segundo turno, cedidos, naturalmente, por outros concorrentes que, nas últimas semanas, se alinharam decididamente contra Lula e influenciaram os seus eleitorados a votar contra o atual presidente.

Para completar o quadro de notícias preocupantes para Lula, sua rejeição continua subindo, o que era esperado, por causa do novo escândalo que atingiu a sua campanha e o PT. Agora, 30% dos eleitores afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum (28% na pesquisa anterior, três dias atrás). A rejeição de Alckmin - um dos alvos do dossiê Vedoin - melhorou sua rejeição em 3 pontos (era de 22% e agora é de 19%). Heloísa Helena também reduziu sua rejeição em 3 pontos (de 28% para 25%).

Mesmo assim Lula segue sendo o favorito do eleitorado para vencer em 1º de outubro: 75% dizem que ele ganhará a eleição para presidente da República, enquanto apenas 13% apostam em Alckmin.

Curiosamente, a avaliação do governo não se moveu desde a última pesquisa. A avaliação positiva (ótimo+bom) continua sendo de 43% e a avaliação negativa (ruim+péssimo) oscilou ligeiramente para baixo - de 19% para 20%. Já a aprovação do desempenho do presidente teve pequenas oscilações: os que aprovam Lula agora são 56% (eram 58% na pesquisa anterior); e os que desaprovam são 37% (36% na anterior).

Levantamento A pesquisa Ibope teve entrevistas realizadas entre 20 e 22 de setembro, em 141 municípios do País. Foram ouvidos 2002 eleitores, com idade de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

A amostragem obedeceu a um modelo de conglomerado em três estágios. No primeiro, os municípios foram selecionados probabilisticamente através do método de PPT (probabilidade proporcional ao tamanho) sistemático. No segundo estágio, foram selecionados os conglomerados: setores censitários, com PPT sistemático - a medida de tamanho é a população com 16 anos ou mais residente nos setores.

No terceiro estágio, foi selecionado em cada conglomerado um número fixo de eleitores segundo cotas de sexo, idade, instrução e atividade. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 18.767/06.





Fonte: Estadão

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