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Politica Brasil
Sábado - 23 de Setembro de 2006 às 18:39

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O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, comemorou neste sábado a pesquisa Datafolha que aponta uma oscilação positiva de dois pontos nas intenções de voto em sua candidatura, embora mantenha a perspectiva de reeleição do presidente Luiz Inácio da Silva no primeiro turno.

"Crescemos mais dois pontos e agora esse crescimento vai se acentuar ainda mais", disse Alckmin à jornalistas antes de participar de uma carreata em Belo Horizonte ao lado do governador tucano e candidato à reeleição Aécio Neves e do ex-presidente Itamar Franco, sem partido.

Na reta final da campanha, Alckmin faz neste sábado um giro por três Estados na tentativa de mobilizar votos em grandes colégios eleitorais.

"Minas vai ser decisiva para o segundo turno porque é o segundo colégio eleitoral do país. Estou indo para o Rio de Janeiro e, à noite, irei ao Nordeste", comentou. Aécio Neves, que aparece nas pesquisas eleitorais com cerca de 70 por cento das intenções de voto do eleitorado mineiro, emprestou seu prestígio a Alckmin e manifestou confiança na candidatura tucana.

"A única campanha que cresce é a dele (Alckmin). A outra está estagnada e já caindo em várias regiões do país. Estamos crescendo na hora certa", afirmou Aécio.

Itamar também se disse confiante em uma virada. "Temos uma semana ainda para mostrar que, no processo democrático, você pode ter um governo ético, voltado para as classes menos favorecidas", disse.

COLLOR CAIU POR MENOS

Alckmin voltou a mencionar o escândalo envolvendo petistas na compra de um dossiê contra políticos tucanos e refutou a declaração de Lula de que as oposições estariam articulando uma tentativa de golpe ao governo.

"Não há nenhum golpismo. O (Fernando) Collor caiu por muito menos", disse Alckmin. "Ele (Lula) não pode querer impunidade. Impunidade não, porque a impunidade é a mãe da corrupção".

Alckmin cobrou uma investigação rigorosa por parte da Polícia Federal para esclarecer a origem do dinheiro que seria utilizada na compra do suposto dossiê que o associa, juntamente com José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, à "máfia dos sanguessugas".

"O Ministério da Justiça deve explicações sobre a origem do dinheiro, quem são os donos das contas bancárias, como foi que os dólares entraram no País sem passar pela rede bancária e quem está por trás de tudo isso".

Aécio Neves também rebateu a interpretação de Lula de que o mais recente escândalo envolvendo integrantes do PT seria uma articulação dos adversários, que teriam como propósito derrubá-lo.

"Foi um recado para os seus aliados, porque se há alguém querendo tirá-lo efetivamente do governo, são aqueles que ele mesmo colocou em cargos públicos", disse o governador mineiro.

Segundo Aécio, as várias crises políticas vividas pelo governo foram de responsabilidade pessoal do presidente, que teria escolhido de forma errada os seus principais colaboradores.

As seguidas crises envolvendo o Palácio do Planalto, na opinião de Aécio Neves, devem ampliar os problemas de governabilidade em um eventual segundo mandato de Lula.

"O Lula já está jogando quase com o seu terceiro time. Caiu o primeiro, o segundo está caindo e com quem ele vai governar?", perguntou.

Na opinião do governador mineiro, a incerteza quanto ao futuro poderá fortalecer a candidatura de Alckmin na etapa final da campanha.

DECEPÇÃO

Itamar Franco não poupou críticas ao presidente, seu ex-aliado.

"O povo está anestesiado, porque Lula é como um realejo: fala sempre a mesma coisa," disse Itamar, referindo-se às afirmações de que Lula não sabia do envolvimento de petistas próximos a ele na tentativa de compra do dossiê.

"A gente não pode deixar de acreditar que o presidente da República pode não saber o que está acontecendo. Mas digamos que ele não soubesse a primeira vez (o mensalão), mas, com essa sucessão de fatos, é claro que ele sabe".

Para Itamar, em um eventual segundo mandato, Lula enfrentará dificuldades para governar, devido às mudanças no cenário econômico internacional e o saldo político negativo que os recentes escândalos deverão deixar.

O ex-presidente se mostrou decepcionado com Lula. "Fui o primeiro governador da oposição a apoiá-lo. Acreditava muito nele. De repente ele se tornou um homem importante, que está fazendo o poder para ele e não para os interesses nacionais."





Fonte: Reuters

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