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Nacional
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 16:03

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Mais de 70 por cento dos exportadores brasileiros contam com um mercado externo desfavorável em razão, principalmente, do real valorizado, apontou um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgado nesta quarta-feira.

O estudo pesquisou 31 setores exportadores da economia, classificando-os conforme o patamar de preços atuais em comparação à média de 2000 a 2006. Quanto maior o preço, que ajuda a contrabalançar os efeitos negativos do câmbio, melhor a classificação.

Dez setores, ou 34,4 por cento das exportações, têm um mercado desfavorável, mas possuem margens de preços para sustentar as exportações.

São eles: Siderurgia, Outros produtos metalúrgicos, Madeira e mobiliário, Abate de animais, Indústria de laticínios, Indústria da borracha, Beneficiamento de produtos vegetais, Fabricação de calçados, Máquinas e tratores e Material elétrico.

Catorze setores, ou 37,6 por cento, também têm mercados externos desfavoráveis, mas não têm margens para sustentar as exportações.

Esse grupo inclui Químicos diversos, Farmacêutica e perfumaria, Artigos de plástico, Automóveis, caminhões e ônibus, Outros produtos alimentares, Minerais não-metálicos, Indústria têxtil, Artigos de vestuário, Agropecuária, Papel e gráfica, Fabricação de óleos vegetais, Outros veículos e peças, Indústrias diversas e Equipamentos eletrônicos.

"É este grupo que possivelmente estará, ou já está, iniciando um processo de redução das vendas externas", afirmou Paulo Francini, diretor de pesquisas econômicas da Fiesp.

Apenas sete setores, responsáveis por 28 por cento das exportações, contam com um mercado favorável. Entre eles, o destaque é a indústria de açúcar, com nível de preços 33 por cento superior à média de 2000 a 2006.

Nessa classificação, encontram-se também os setores de Metalurgia não-ferrosos, Indústria do café, Extrativa mineral, Extração de petróleo e gás, Refino de petróleo e Elementos químicos.

A performance desses segmentos se deve principalmente ao aumento dos preços internacionais de commodities e insumos, o que, segundo Francini, enfatiza a fragilidade das exportações.

"Pode-se concluir que a curto prazo o Brasil até pode manter certo crescimento das exportações, mas a situação pode se reverter muito rapidamente em prazos um pouco maiores", afirmou.

O levantamento mostrou que o preço das exportações no segundo trimestre deste ano ficou 3,6 por cento superior ao da média registrada entre 2000 e 2006.

Apesar do dólar fraco, a balança comercial vem surpreendendo positivamente e deve encerrar o ano perto do recorde de 44,757 bilhões de dólares visto em 2005.

O mercado projeta saldo de 43 bilhões de dólares, enquanto o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, é um pouco mais otimista e aposta em uma cifra entre 44 bilhões e 45 bilhões de dólares.





Fonte: Reuters

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