Workshop propõe assistência eficaz e mais recursos para extensão rural

Transformar a extensão pública numa ferramenta para atuar nos assentamentos e no programa nacional de reforma agrária oferecendo ao pequeno agricultor uma assistência técnica eficaz, mais pragmática, com foco no desenvolvimento sustentável, estimulando a produção com qualidade e inserindo as famílias produtoras rurais no mercado.

Esta é a principal proposta contida no documento aprovado na tarde desta terça-feira (19.09) por cerca de 80 técnicos rurais extensionistas de empresas dos Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, organizado pela Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), realizado no hotel Delcas, em Cuiabá.

Segundo o presidente da entidade e também presidente da Emater – MG, José Silva Soares, a idéia é contribuir com uma proposta e uniformizar algumas ações dos técnicos extensionistas no país. “O que queremos é utilizar metodologias semelhantes respeitando as características de cada Estado e do tipo de trabalho desenvolvido”, afirmou o dirigente que chegou ao evento depois de receber um prêmio concedido pela Editora Globo, por meio do programa Globo Rural, como a melhor empresa de extensão rural do país.

Para o sociólogo e cientista político e consultor da Asbaer, Rudá Ricci, que media o workshop, um outro item a ser considerado no relatório-documento é que o controle e a decisão de receber a assistência técnica é do produtor. “Nós entendemos que o produtor deve ser livre para escolher se quer a assistência técnica pública ou não”, destacou.

Segundo ele, os técnicos querem também o aumento dos recursos repassados pelo Incra às empresas estaduais para que elas possam implementar melhorias na qualidade do trabalho executado. “Nós não queremos simplesmente que o pequeno agricultor seja colocado em uma terra, mas não tenha suporte para produzir e se inserir no mercado, queremos ter condições de orientar esta perspectiva com desenvolvimento econômico sustentável.

Para isso queremos que o Incra aumente o volume de recursos para essas empresas que já correspondeu a 60% de seu orçamento na década de 70 e hoje não passa de apenas 10%", concluiu Rudá Ricci.