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Internacional
Terça - 19 de Setembro de 2006 às 16:37

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O presidente da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal Karl Lehmann, afirmou hoje que é legítimo que os cristãos abordem a relação do mundo islâmico com a violência no âmbito da busca do diálogo entre as religiões.

Lehmann afirmou isto durante uma conferência realizada hoje por ocasião da festa de São Miguel e disse que todas as grandes religiões sucumbiram à tentação da violência ao longo da história.

Além disso, ele advertiu que os cristãos não devem esquecer seu próprio passado quando falam deste problema dentro do Islamismo.

O presidente da Conferência Episcopal Alemã também disse que embora a violência religiosa motivada fosse um problema predominantemente islâmico no mundo atual, isto não deve fazer com que mais de um bilhão de muçulmanos sejam vistos como suspeitos de terrorismo.

Além disso, Lehmann afirma que também se deve perguntar em que medida a visão de Maomé como general e governante não dificultou o surgimento de tendências críticas dentro do mundo Islâmico.

O tema da violência dentro do Islã é, segundo o líder religioso, um dos pontos mais difíceis a ser abordado no diálogo entre as religiões.

Outra questão difícil neste diálogo, segundo o cardeal de Mainz, são as dificuldades do Islã com a idéia da liberdade religiosa e com a natureza do Estado moderno.

A conferência de Lehmann, que tem o título de "Possibilidades e limites do diálogo entre as religiões abraâmicas", faz advertências contra as falsas expectativas criadas muitas vezes neste tipo de relações.

"As falsas expectativas podem prejudicar o diálogo, perturbá-lo e torná-lo infrutífero", declara Lehmann.

Assim, por exemplo, o diálogo entre as religiões, segundo o presidente da Conferência Episcopal Alemã, não pode solucionar problemas cujo núcleo não é de natureza religiosa, mas política, como o conflito no Oriente Médio.

Por outro lado, Lehmann defendeu a conferência pronunciada pelo Papa Bento XVI na última semana em Regensburg e disse que, ao invés do dito por muitos, o pontífice não pretendia negar a racionalidade do Islã.

O líder religioso também afirmou que muitas das interpretações erradas da declaração do Papa não foram causadas apenas por falta de informação, mas também por má intenção.





Fonte: Reuters

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