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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 19 de Setembro de 2006 às 07:05

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Os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, vão discorrer sobre a democracia no Oriente Médio e as armas nucleares quando fizerem seus discursos na sede da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira.

Bush enfrenta crescente ceticismo internacional sobre suas políticas para o Irã e para o Iraque. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, advertiu que o Iraque corre grave perigo de mergulhar em uma guerra civil e o presidente da França, Jacques Chirac, é contra a pressa na imposição de sanções ao Irã.

Autoridades norte-americanas dizem que Bush não será detido pelos problemas na guerra no Iraque e nos territórios palestinos e vai ressaltar sua chamada "agenda da liberdade", que promove a democracia de maneira agressiva, chamando o Oriente Médio de "campo de batalha central".

"O presidente... vai apresentar sua visão positiva para o Oriente Médio, o futuro brilhante e democrático que vemos para o Oriente Médio, em contradição com algumas visões quase de atraso para a região", disse a repórteres uma autoridade sênior do governo norte-americano.

Annan fez na semana passada um contraponto a este otimismo, ao dizer, depois de sua visita ao Oriente Médio, que quase todos os líderes da região acham que a invasão do Iraque liderada pelos EUA para derrubar Saddam Hussein foi "um desastre".

O conflito indireto entre Bush e o líder linha-dura do Irã acontece em um momento sensível do impasse sobre as ambições nucleares iranianas, com a Europa tentando convencer Teerã a suspender o enriquecimento de urânio para abrir espaço para negociações.

EUA e Irã não mantêm relações e Washington afirma que só vai negociar com Teerã se a República Islâmica suspender atividades nucleares sensíveis, que o Ocidente suspeita serem destinadas ao desenvolvimento de uma bomba atômica.

SANÇÕES?

O governo Bush está pedindo sanções porque o Irã não cumpriu o prazo de 31 de agosto dado pela ONU para deixar de processar urânio, mas o chefe da política externa da União Européia (UE), Javier Solana, disse que seria errado tentar uma resolução ao mesmo tempo em que a UE está fazendo "progresso real" nas negociações com Teerã.

Solana disse à imprensa espanhola que vai se encontrar com o negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, em Nova York.

Questionado pela revista Time por que o Irã não suspende o enriquecimento como medida para construir a confiança, Ahmadinejad disse: "A confiança de quem deve ser construída? Do mundo? Quem é o mundo? Os Estados Unidos? O governo dos EUA não é o mundo inteiro. A Europa não representa a vigésima parte do mundo".

Organizações judaicas e grupos de oposição iranianos exilados protestaram contra a visita de Ahmadinejad a Nova York, devido às suas declarações de que deseja apagar Israel do mapa, seu questionamento do Holocausto e por causa da situação de direitos humanos no Irã.

Em seu discurso de estréia na ONU no ano passado, Ahmadinejad fez declarações antiocidentais e ofereceu compartilhar a tecnologia nuclear iraniana com outros países em desenvolvimento.

Em comparação ao ano passado, a ONU está de volta ao centro das atenções depois de negociar um cessar-fogo no Líbano e tentar organizar missões de paz para a região de Darfur, no Sudão.

As crises ajudaram a organização a retomar o prestígio, depois de anos de ataques, principalmente nos EUA, por falhas na administração e letargia, apesar de ainda ser caracterizada pela polaridade entre países ricos e pobres.

Nos EUA, Annan, que no dia 31 de dezembro encerrará 10 anos no cargo, e a ONU são vistos como um obstáculo para os objetivos do país. Em outros países, ele e o Conselho de Segurança são considerados um órgão a serviço dos EUA.

Entre os 27 líderes mundiais programados para discursar nesta terça-feira estão os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, o sul-africano Thabo Mbeki, o paquistanês Pervez Musharraf, o francês Jacques Chirac, o mexicano Vicente Fox, Ellen Johnson-Sirleaf, da Libéria, o rei da Jordânia, Abdullah II Bin al-Hussein e o presidente de Ruanda, Paul Kagame.

A sessão da Assembléia Geral da ONU reúne presidentes, premiês e chanceleres e vai até 27 de setembro.





Fonte: Reuters

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