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Politica Brasil
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 13:12

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A CPI dos Sanguessugas solicitará nesta semana ao Ministério Público e à Justiça Federal de Mato Grosso documentos que tratem das gestões dos tucanos José Serra e de Barjas Negri à frente do Ministério da Saúde durante o segundo mandato de FHC.

A comissão quer analisar as novas declarações dos empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, dadas à última edição da revista "IstoÉ", envolvendo os nomes de Serra, atual candidato ao governo de São Paulo, e de Negri no escândalo da máfia dos sanguessugas.

Sem apresentar provas diretas do envolvimento dos dois tucanos, os Vedoin, que eram sócios da Planam, uma das empresas acusadas de participar da fraude das ambulâncias, disseram que os políticos teriam participado do esquema entre os anos de 2000 e 2002.

"Qualquer declaração tardia dos Vedoin temos de investigar", declarou ontem o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

O deputado afirmou que a idéia é obter cópias do vídeo e das fotos do dossiê que os Vedoin tentaram vender e que foram apreendidos pela Polícia Federal.

Segundo seu raciocínio, somente a partir da análise dos documentos, será possível saber se há consistência ou não.

Durante o final de semana, a CPI estava dividida sobre o rumo a tomar diante das novas declarações dos Vedoin.

Enquanto petistas defendiam a investigação da gestão Serra na Saúde, a oposição dizia que não haveria razão para isso, sendo que alguns desejavam também investigar a negociação em torno do dossiê.

"Não quero tomar iniciativa com base em revelação que ele [o empresário Luiz Vedoin] faz na imprensa e que indica algum tipo de negociação. Agora, os fatos estão aí, as comprovações parece que constam, então vamos fazer o que tenha que ser feito, ouvir os ex-ministros, agora é o momento", declarou anteontem o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Ressalvando que tentará evitar a disputa política na comissão, Biscaia disse considerar "estranha" a entrega antecipada, pela Planam (empresa dos Vedoin), de ambulâncias a prefeituras em 2002, último ano da gestão tucana.

Um dos sub-relatores da CPI, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), diz não haver razão para investigar Serra: "Na época do governo FHC, por não se cobrar por dificuldades, por não se dificultar as coisas para o pagamento, o dinheiro era fácil, no sentido de vir legalmente, na data aprazada. Isso, longe de ser uma mácula do governo, era uma demonstração inequívoca de que era um dinheiro sério".

Ele afirmou ter conversado com o procurador da República Mario Lucio Avelar, um dos responsáveis pela investigação no Ministério Público. Segundo Sampaio, Avelar disse que não há razão para abrir investigação contra Serra.

"O Vedoin ultrapassou todos os limites do admissível. Em um primeiro momento ele foi um importante colaborador, mas ao longo do processo foi tentando utilizar a CPI, o Ministério Público e a própria imprensa como instrumento de extorsão", afirmou.

O líder da oposição na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), que também integra a CPI, defende que a comissão investigue a negociação de Vedoin para vender o dossiê. "Isso é mais uma prova de que existe uma quadrilha no governo".

O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), disse que não aceitará: "Não vamos aceitar a idéia de tentarem desviar esse debate para venda ou não de fitas. O mais importante é que apareceram evidências que envolvem o governo que nos antecedeu, e isso precisa ser investigado", afirmou o deputado petista.





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