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Internacional
Domingo - 17 de Setembro de 2006 às 23:31

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Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disseram hoje estar convencidos de que a "aliança estratégica bilateral" entre os dois países, reforçada pela visita de 30 horas do dirigente iraniano à Venezuela, "será proveitosa para todos os povos".

Esta visita será "em benefício de todos os povos do mundo e contra injustiças que sofrem", disse Ahmadinejad no ato de boas-vindas no aeroporto de Caracas, onde disse se sentir "feliz por chegar a um país com um povo heróico e líderes valentes e inteligentes".

Chávez destacou que o Irã e a Venezuela são países "com duas revoluções que andam de mãos dadas", e aproveitou para discursar para os militares responsáveis por prestar as honras.

O presidente venezuelano também afirmou que os acordos a serem assinados entre os Governos de Caracas e Teerã são todos sobre a transferência de tecnologia iraniana para Venezuela e nenhum, ressaltou, relacionado à criação "de uma bomba atômica".

"Já começaram os ataques internos e externos dos imperialistas (...), dizem que o presidente do Irã vem em busca de urânio e que nós já o produzimos (...). Não se cansam de mentir", disse Chávez, que já tinha se encontrado com o presidente iraniano esta semana em Cuba, na Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal).

"A aliança estratégica entre Irã e Venezuela já tem mais de sete anos (...), e depois desta cúpula histórica, onde o grupo dos não-alinhados foi relançado com muita força, avançaremos além da cooperação e chegaremos à união sul-sul que salvará o planeta e que é parte do código antiimperialista", disse o presidente venezuelano.

A última visita de um presidente iraniano à Venezuela foi a de Mohamed Khatami em março de 2005, quando este assinou 25 acordos de cooperação marítima e de construção de casas e inaugurou uma fábrica de tratores com Chávez, que Ahmadinejad visitará amanhã.

Chávez já visitou o Irã cinco vezes, a última entre 29 e 31 de julho deste ano.

Durante a estadia de Ahmadinejad na Venezuela, vários acordos serão assinados, principalmente para a criação de empresas mistas bilaterais em áreas da petroquímica, petróleo, saúde, mineração e agricultura.

Em sua primeira atividade conjunta, os presidentes de dois dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) presenciarão em Caracas uma transmissão televisionada a partir de uma petroquímica do interior do país, onde será inaugurado um centro de ensino profissional e também uma mesquita.

O ministro de Indústrias Básicas e Mineração da Venezuela, José Khan, afirmou que a visita de Ahmadinejad representa, "principalmente, a decolagem de um novo modelo industrial que dará valor agregado à matéria-prima (...); trata-se de caminhar, em conjunto, rumo à soberania produtiva".

Khan disse que Chávez ordenou que estas companhias "fiquem em regiões" com altos índices de pobreza ou com "necessidade de povoamento", para transformá-las "em pólos de desenvolvimento ligados à rede ferroviária e a outras empresas mistas" já existentes.

O ministro venezuelano também afirmou que o presidente venezuelano condecorará seu visitante e que depois ambos assinarão um acordo entre a empresa estatal de petroquímicos Pequiven e sua similar iraniana, "uma das maiores empresas petroquímicas", para a implementação de uma companhia mista.

Além disso, Chávez e Ahmadinejad concretizarão convênios no setor do aço e para a construção de uma fábrica de plásticos, e firmarão outro que pretende criar uma empresa conjunta, no setor da saúde, para produzir na Venezuela remédios e instrumentos cirúrgicos.

Amanhã, os dois governantes e suas comitivas viajarão ao estado caribenho de Anzoátegui, onde as empresas petrolíferas de ambas as nações perfurarão "o primeiro poço petrolífero em associação bilateral" na Faixa do Orinoco, disse Khan.

"Uma vez perfurado o primeiro poço entre o Irã e a Venezuela", acrescentou o ministro, os presidentes viajarão ao estado de Bolívar, no centro sul venezuelano, onde serão entregues os primeiros 500 tratores construídos pela recém-criada empresa Veneirán à pequenos produtores, dos quais 50 já foram enviados à Bolívia.





Fonte: EFE

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