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Internacional
Domingo - 17 de Setembro de 2006 às 20:14

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Pelo menos 35 pessoas morreram hoje no Iraque, 25 em cinco atentados em Kirkuk, enquanto 1.700 ONGs de todo o país se comprometeram a apoiar o plano de reconciliação nacional em comunicado emitido após dois dias de conferências realizadas em Bagdá.

Apenas na cidade petrolífera de Kirkuk, cinco atentados com carros-bomba, quatro deles dirigidos por suicidas - segundo o oficial da Polícia Burhan Taha -, deixaram 25 mortos e 90 feridos.

O primeiro atentado aconteceu às 9h50 (2h50 de Brasília) e foi cometido por um suicida dirigindo um caminhão-bomba. O ataque teve como alvo um edifício da Polícia onde fica a seção criminal e de informação e que se situa próximo às sedes dos dois principais partidos curdos.

Os partidos cujas sedes ficam perto do edifício da Polícia são a União Patriótica do Curdistão (UPK), liderada pelo presidente iraquiano, Jalal Talabani, e o Partido Democrático do Curdistão, dirigido por Massoud Barzani.

O segundo atentado, cometido por outro suicida que dirigia um microônibus, teve como alvo os escritórios de uma organização de direitos humanos iraquiana, o Instituto Iraquiano para a Melhora das Capacidades Humanas e da Sociedade Civil.

Segundo Taha, o terceiro carro-bomba explodiu na estrada para Bagdá, perto de uma mesquita, mas explicou antes que tinha sido detonado perto de outra sede política.

A detonação de outros dois veículos com explosivos, um em Kirkuk - na passagem de uma patrulha americana - e outro perto de um carro da Polícia iraquiana, causaram a morte de três policiais e deixaram outros três soldados americanos feridos.

Outras dez pessoas - entre elas quatro policiais - morreram e outras 23 ficaram feridas hoje em vários atentados e ataques cometidos por desconhecidos no norte e no oeste do país, informaram fontes do Ministério do Interior.

Além disso, segundo as mesmas fontes, 24 corpos foram encontrados entre sábado à noite e hoje em diferentes partes de Bagdá, e com isso aumenta para 209 o número de corpos achados nos últimos quatro dias na capital iraquiana, grande parte deles com sinais de tortura.

A violência continua apesar das tentativas de executar efetivamente o plano de reconciliação nacional proposto pelo primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, em junho passado.

Em comunicado, 1700 organizações civis e não-governamentais reafirmaram seu compromisso com a unidade do Iraque e sua rejeição a todas as formas de violência e terrorismo que assolam o país.

"Nós, organizações civis, sindicatos, uniões e organizações civis participantes da conferência para organizações da sociedade civil para a reconciliação e o diálogo nacional confirmamos nossa determinação em manter a unidade do Iraque, sua soberania, segurança e estabilidade", diz o comunicado.

As organizações chamaram os iraquianos "a participar e cooperar entre si com determinação para rejeitar qualquer tipo de radicalismo, violência e terrorismo".

A conferência, que durou dois dias, é a segunda feita no Iraque em apoio à reconciliação desde que Maliki anunciou sua proposta, em junho de 2006, e pediu a ajuda de todos os grupos políticos, religiosos e étnicos do país.

Em agosto, cerca de 500 líderes tribais e dirigentes religiosos, na maioria da província de Al-Anbar, onde a insurgência sunita se concentra, se reuniram em Bagdá para estudar formas de reduzir a violência e promover a união nacional.

Nas próximas semanas, devem se reunir com o mesmo objetivo representantes dos ramos sunita e xiita do Islã e das outras religiões do país, assim como os dirigentes dos diversos partidos políticos, em duas novas conferências para tentar conter a violência.

No entanto, e apesar do plano de reconciliação e da aplicação de um plano especial de segurança e da lei de emergência, a onda de violência sectária - que começou em 22 de fevereiro no Iraque, após um atentado contra um mausoléu xiita em Samarra - continua semeando a morte e a discórdia no país.





Fonte: EFE

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