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Sábado - 16 de Setembro de 2006 às 09:17

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Quem não se lembra de Penélope Charmosa? A loira alta com seu indefectível carro Gato Compacto cor-de-rosa disputando palmo a palmo as melhores colocações com mal-feitores na Corrida Maluca? Se Hanna-Barbera fez sucesso a personagem de desenho animado, o automobilismo brasileiro também poderia ter vibrado, e muito, com a sua própria Penélope Charmosa.

Ela não é loira e nem tem longínquas pernas. É morena, tem um belo fusquinha rosa e conta com seus 1,63m para tirar de seu caminho seus rivais. Fábia Siqueira, 21 anos, natural de Campo Grande (MS) nunca alcançou a evidência e a fama que o conhecido desenho conseguiu, mas teve momentos de glória em seu estado natal.

Não fossem as dificuldades com patrocínio e os altos custos de manutenção, que forçaram a pilota a parar de correr no ano passado, Fábia ainda estaria disputando provas com os marmanjos que não cansam de dar cantadas mais do que manjadas e, melhor de tudo, sempre ficam atrás da Penélope.

"Sempre tinha um ou outro querendo me sacanear. Tinha um outro piloto aqui que sempre tentava me tirar da pista, especialmente na largada, mas você tem que ganhar a corrida volta a volta. E ele fazia todo tipo de sacanagem, até porque eu tinha 19 anos, e era a mais nova também e a única mulher", relata a piloto campeã da Fórmula Fusca em 2004.

Cantadas como "Você guia bem, não é?" ou "Você é boas nas curvas" nunca são mal interpretadas pela piloto, que sempre leva na boa as brincadeiras sem graças. "Eu vou levando na esportiva, o que eles puderem falar para abalar a mulher, eles falam. Mas nunca me importei muito", conta.

Modelo nas horas vagas, a grande atração de Fábia nas corridas sempre foi seu fusca quase todo rosa. A lembrança de Penélope Charmosa era tão grande que um fã deu de presente um adesivo da personagem. Segundo a piloto, ele continua firme e forte colado no fusquinha campeão.

"A mulher, na pista, eles acham que é frágil. É sempre assim, mas eu tinha um fusca que era preto, só que queria deixar ele mais nervoso, com mais impacto. Não tinha benefício nenhum por correr, tinha que ter garra, mas ao mesmo tempo não queria passar aquela imagem bonitinha, inofensiva... Então pensei em fazer um fusquinha cor-de-rosa, apesar de ser um esporte machista, ia fugir daquela imagem de mulher macho, piloto", explica Fábia, que além do adesivo na lataria, tem também um pequeno urso que sempre andava com ela nas corridas, bem ao seu lado em um banco customizado.

Com participação na categoria pick-ups, quando dirigiu uma S-10 por apenas duas etapas, a campeã entre Fuscas pretende agora seguir sua carreira em outros ares, de preferência em frente a pranchetas e atuando em publicidade, faculdade em que se forma no final de 2007.

"Quero seguir uma carreira publicitária, o automobilismo é uma alternativa muito difícil, tem que ter preparo e ter muito dinheiro para encarar o circuito nacional. (Seguir no automobilismo) agora não está nos meus planos, a não ser que surja uma oportunidade muito boa para mim", conclui Fábia, que, como todos jovens pilotos, vê em Ayrton Senna a maior inspiração.





Fonte: Terra

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