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Internacional
Domingo - 03 de Setembro de 2006 às 18:00

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A tentativa do primeiro-ministro britânico Tony Blair de pôr fim às especulações sobre quando vai deixar o cargo aparentemente teve o efeito oposto neste domingo, quando esse debate adquiriu mais intensidade do que nunca. Segundo informações, ministros seniores estariam determinados a dizer a Blair que ele deve definir claramente quando vai deixar o cargo. Uma pesquisa revelou que dezenas de parlamentares do Partido Trabalhista, de Blair, querem que ele apresente planos sobre a sua saída na conferência anual do partido, este mês.

Blair voltou de férias no Caribe determinado a pôr fim à discussão sobre quando ele vai entregar o poder, tópico que fascina políticos e a imprensa britânica, mas que os aliados de Blair consideram danoso para o governo.

No cargo há nove anos, Blair já disse que não vai se candidatar a um quarto mandato e que dará a seu sucessor, que, acredita-se, será o atual ministro das Finanças, Gordon Brown, tempo de sobra para se acomodar antes das próximas eleições gerais, provavelmente em 2009.

A expectativa da maior parte dos membros do Partido Trabalhista, do governo, é de que ele deixe a liderança do partido e o cargo de premiê em 2007 ou 2008. Apesar da intensa pressão, porém, Blair, de 53 anos, se recusa a anunciar uma data, acreditando que isso comprometeria o seu poder até o fim do mandato.

Blair acabou com as esperanças de muitos trabalhistas ao insistir, em entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal The Times, que não tem intenção de falar mais sobre o seu futuro antes ou durante a conferência do Partido Trabalhista, que começa em 24 de setembro.

"Já disse que vou continuar e continuar e continuar ... Vai chegar uma hora em que as pessoas vão ter que aceitar isso como uma afirmação razoável e me deixar tocar o trabalho", disse Blair.

Alguns membros do Partido Trabalhista temem que se Blair não apresentar uma data, isso pode prejudicar o partido nas eleições locais na Escócia, País de Gales e Inglaterra, em maio de 2007.

A popularidade de Blair despencou depois de uma série de escândalos sobre finanças e má administração envolvendo o governo e controvérsias sobre a guerra do Iraque. Pesquisas de opinião mostram os trabalhistas bem abaixo dos conservadores —partido de oposição que está ressurgindo com a liderança jovem e pró-ambiente de David Cameron.

DEBATE FLORESCE

Se Blair esperava que suas afirmações pusessem fim ao debate sobre a liderança, foi um erro de cálculo, já que elas deram um novo vigor à discussão.

O jornal Independent on Sunday disse que ministros seniores têm planos de enfrentar Blair na próxima reunião do gabinete sobre a sua recusa em se comprometer com uma data para sair. Outros artigos disseram que alguns parlamentares trabalhistas estão discutindo a possibilidade de assinar uma carta aberta em que pedem a Blair que diga quando pretende deixar o cargo.

O programa de rádio "The World This Weekend", da BBC, fez uma pesquisa com parlamentares trabalhistas que não têm posições de destaque, e disse que 39 dos 68 que responderam querem que Blair diga na conferência do partido quando pretende sair.

Paul Murphy, parlamentar trabalhista do País de Gales, disse à BBC que é muito importante ter clareza quanto à questão da liderança antes das eleições galesas, em maio.

Aliados de Blair e Brown, o poderoso ministro das Finanças, discutiram a questão nos jornais.

Stephen Byers, aliado de Blair e ex-ministro, fez no Sunday Telegraph um desafio mal disfarçado para que Brown faça um resumo da sua visão em relação ao Partido Trabalhista, se quer liderá-lo.

O ministro do Tesouro, Ed Balls, forte aliado de Brown, escreveu no Observer que todos no Partido Trabalhista têm a responsabilidade de fazer o que é certo em relação à transição, sugerindo que a falta de unidade poderia beneficiar os conservadores.





Fonte: terra

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