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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 01 de Setembro de 2006 às 17:50
Por: João Caminoto

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É crescente nos mercados internacionais a preocupação com a situação econômica da Hungria. O país europeu, que acumula déficit fiscal e em conta corrente, além de registrar uma escalada inflacionária, é considerado um dos mais vulneráveis entre os emergentes a uma eventual nova onda de aversão ao risco e aperto de liquidez internacional, como a que ocorreu em maio passado.

Na segunda-feira passada, o banco central húngaro elevou os juros em 0,5 ponto percentual, levando-os para 7,25%, a maior taxa da União Européia. Foi o terceiro aperto monetário consecutivo para tentar conter a escalada inflacionária. Em julho, a inflação anual subiu para 3% ante os 2,8% registrados no mês anterior, pressionada pelos preços dos combustíveis e de serviços.

Gillian Edgeworth, analista do Deutsche Bank, disse que os riscos para a economia húngara estão crescendo. Por isso, ele elevou a sua projeção para o pico da taxa de juros para de 7,5% para 9%, enquanto a expectativa média nos mercados é de 8,25%. "As contas externas da Hungria se deterioraram, a relação de sua dívida externa com o PIB está bem acima de outros países com a mesma classificação de risco, e o governo vai continuar dependente dos estrangeiros para financiar seu déficit fiscal e em conta corrente, aumentando a vulnerabilidade cambial", disse Edgeworth. Segundo ele, mesmo diante da planejada ação do governo para resolver os desequilíbrios econômicos, o país continuará "extremamente vulnerável a choques".

"Reduzir os desequilíbrios da Hungria para um nível sustentável será uma tarefa muito difícil", disse. "Além do salto inflacionário, o crescimento do PIB deverá cair bem abaixo de sua média dos últimos cinco anos (4,2%) e o desemprego crescerá ainda mais, não apenas no próximo ano mas também em 2008." Além disso, observou o analista, a popularidade do governo tem declinado e deve afundar ainda mais quando a população sentir o impacto das medidas de ajuste planejadas para sanear a situação econômica. "Caso os mercados decidam dar o governo o benefício da dúvida novamente no próximo ano, o ajuste na Hungria poderá ser adiando ainda mais, criando desequilíbrios ainda maior para o futuro."





Fonte: Agência Estado

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