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Economia
Quinta - 31 de Agosto de 2006 às 01:01

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O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, de 14,75% para 14,25%. A decisão confirma a aposta do mercado de que o Banco Central iria promover um corte de 0,25 a 0,50 ponto percentual do juro neste mês.

Esta é a última decisão antes das eleições presidenciais e ocorre um dia antes da divulgação do Produto Interno Bruto do segundo trimestre.

"Foi uma surpresa. Embora o espaço para cortes ainda esteja aberto, o tom da última ata sugeria a adoção de uma postura mais cautelosa", avaliou o economista-chefe do Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias.

"Provavelmente, o BC considerou que as informações recentes sobre inflação e atividade aumentaram a convicção sobre a continuidade de um cenário sem pressões relevantes sobre os preços também em 2007."

Em um breve comunicado, o Copom afirmou ter tomado a decisão após avaliar "o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação".

A decisão foi unânime e o Copom segue sem viés para o juro - mecanismo que permitiria uma mudança antes da próxima reunião, agendada para os dias 17 e 18 de outubro.

Segundo especialistas, o Banco Central diminuirá o ritmo do corte do juro a partir de agora, pois as medidas terão impacto na economia apenas em 2007, quando o cenário é menos certo que o deste ano. Isso justificaria a "maior parcimônia" na flexibilização da política monetária enfatizada na última ata do BC, em julho.

De 20 instituições financeiras consultadas pela Reuters na semana passada, 16 projetaram redução de 0,25 ponto percentual da Selic, para 14,50%. As outras quatro previram corte de 0,50 ponto percentual, para 14,25%.

Mesmo prevendo baixa, alguns analistas afirmaram que há espaço para uma redução maior, mas que o BC não deveria fazer isso justamente por ter deixado claro ao mercado que o afrouxamento seguiria em ritmo lento.

"O BC está vendo que o nível de investimento está mais fraco e, portanto, a expansão da oferta é menor. Ele está olhando apenas por riscos de alguma pressão inflacionária", disse Ricardo Amorim, economista-chefe para América Latina do WestLB. Enquanto as previsões de inflação do mercado estão abaixo do centro da meta deste ano, as projeções para 2007 encontram-se exatamente no alvo, de 4,5%.

"Os efeitos dessa redução (dos juros, em agosto) terão um impacto maior na atividade econômica e inflação de 2007, devendo então a autoridade econômica ser mais cautelosa, pois o cenário benigno de inflação não é tão certo quanto o de 2006", afirmou Juan Jensen, economista-chefe da JS Consultores.

Para o encerramento do ano, os especialistas projetam a Selic entre 13,75% e 14,50%. Se a taxa encerrar 2006 em 14%, significará uma redução de 0,25 ponto percentual em cada uma das três reuniões do Copom até o fim do ano - agosto, outubro e novembro.




Fonte: Invertia

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