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Politica Brasil
Quarta - 30 de Agosto de 2006 às 10:55

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Integrantes do Conselho de Administração do Sicoob vão ser processados pela Justiça Federal. O rombo provocado pela falência da Cooperativa de Crédito, que atuava em municípios da região do Pantanal, foi de quase R$ 6 milhões.

O comerciante Benedito de Campos reclama que os negócios na loja de materiais de construção, de propriedade dele, estão em baixa. "Difícil hoje a gente sobreviver, principalmente nós, que trabalhamos com o comércio. Aqui em Livramento foi uma queda muito grande porque não tem indústria, não tem pessoas ricas. As pesssoas de baixa renda acreditaram no banco e de repente ficaram a ver navios", desabafa o comerciante.

A movimentação de dinheiro no comércio diminuiu depois que a única agência de Livramento, a 40 quilômetros de Cuiabá, fechou as portas. "Muitas pessoas tinham muita economia e o banco ajudava bastante. E perdeu. O banco tomou tudo", diz a comerciante Rosidelma Queiroz.

A agência do Sicoop foi fechada com a falência do banco, que funcionava como banco para milhares de associados. A Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público e vai processar os 12 integrantes do Conselho de Administração da Cooperativa por gestão fraudulenta. Eles vão responder por formação de quadrilha e crimes contra o sistema financeiro. As supostas irregularidades, apuradas pelo Banco Central, deixaram um rombo no mercado de quase R$ 6 milhões.

Uma das operações suspeitas envolve um empréstimo de R$ 450 mil a um integrante do Conselho de Administração da Cooperativa, valor alto demais para os padrões do banco, que tinha entre os correntistas pequenos comerciantes de cidades pobres do Pantanal. Dois anos após a falência da instituição, 3.800 clientes continuam com as contas bloqueadas. É o caso dos lojistas Oséas Lemos e Joadir Costa. Um perdeu R$ 8 mil e, o outro, R$ 50 mil.

"Foi dinheiro de uma longa jornada. A gente perdeu dentro de poucos dias", disse Oséas. "Tinha dinheiro e dívida. Eu devia R$ 15 mil na praça. Meu cheque estava pulando aí. E para eu conseguir esses R$ 15 mil, para pagar essa dívida? Tive que fazer empréstimo, peguei gado, vendi por preço de banana", lembra Joadir.

O comerciante Jacinto Ferraz também perdeu dinheiro, mas mantém a esperança de recuperar o investimento. "Nós esperamos da justiça que nos acuda, venha nos socorrer porque só a justiça pode fazer essa diferença", declarou Ferraz.

A justiça também bloqueou parte dos bens dos acusados. O Ministério Público Federal informou que os associados e correntistas devem acionar a justiça para receber o ressarcimento.





Fonte: Diário de Cuiabá

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