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Internacional
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 16:02

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O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, descartou hoje a formação de uma comissão judicial para investigar a atuação dos dirigentes israelenses durante o conflito com a milícia xiita libanesa do Hisbolá.

Olmert rejeitou a comissão judicial (de Estado, segundo a terminologia usada em Israel), sob o argumento de que não "ajudará o país a se preparar para o futuro", quando terá que "lidar com a ameaça iraniana".

"Durante um longo período, toda a liderança política e de segurança, inclusive o comando do Exército, ficaria paralisada", disse Olmert.

"O conflito ainda não terminou. Os soldados israelenses ainda estão no Líbano, e a ameaça ainda não foi totalmente neutralizada.

Temos que nos preparar para a ameaça iraniana e os demais inimigos de Israel", argumentou.

"Não podemos nos dar ao luxo de nos submetermos a uma investigação sobre o passado. Todos sabemos que isso não irá reparar os erros", afirmou.

Segundo Olmert, "a nomeação de um juiz que lidere a comissão seria simples, mas não é a solução adequada". "Talvez essa seja uma solução atraente do ponto de vista político e que promete calma até o final das investigações, mas isso não é o que um Estado exige", afirmou.

Uma comissão de Estado teria o poder de citar testemunhas e exigir documentos relevantes, além de ser presidida por um juiz do Supremo Tribunal.

Por outro lado, Olmert anunciou que serão criadas duas comissões internas, uma para investigar a conduta do Governo durante a guerra e outra sobre o Exército.

Olmert, que fez essas declarações em uma conferência na cidade litorânea de Haifa, diante dos prefeitos do norte de Israel, região atingida pela maioria dos mísseis do Hisbolá, informou que o ex-chefe do Mossad Nahum Admoni será responsável por liderar a comissão sobre a atuação do Governo.

O cargo havia sido oferecido ao professor Amnon Rubinstein, que o rejeitou por considerar que a comissão não teria poderes suficientes.

Os membros da comissão e os poderes da comissão serão definidos pelo primeiro-ministro, precisarão ser aprovados por todo o Gabinete.

A comissão responsável por investigar a atuação do Exército terá como base a antiga comissão criada pelo ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz.

Esta comissão, dirigida pelo ex-chefe de Estado-Maior Amnon Lipkin-Shahak, que é conselheiro de Peretz, saiu de funcionamento um dia após sua formação, devido aos protestos da opinião pública, que exigia uma investigação judicial independente.

Existe a possibilidade de que personalidades com conhecimentos jurídicos integrem a comissão liderada por Lipkin-Shahak.

A comissão não terá como objetivo encontrar responsáveis pelos erros, mas sim tirar as lições necessárias para evitar que os mesmos equívocos se repitam no futuro.

Nenhuma das comissões terá mandato para investigar as medidas tomadas para proteger a população civil do norte de Israel.

"A responsabilidade pelos resultados da guerra é inteiramente minha", reconheceu Olmert.

"Sei que há dúvidas quanto ao alcance do êxito (da guerra), mas uma coisa está clara: Beirute e outras capitais da região entenderam que não renunciamos a nossa autonomia", afirmou.

Além disso, Olmert prometeu que trará os soldados seqüestrados pelo Hisbolá no início do conflito de volta a suas famílias.

Desde que Israel anunciou sua intenção de respeitar o cessar-fogo com o Hisbolá, houve uma onda de críticas sobre a atuação das autoridades israelenses durante os 34 dias da guerra. Soldados reservistas denunciaram erros de organização por parte do Exército israelense.





Fonte: EFE

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