"Praga da corrupção" impede o crescimento do Brasil, diz Alckmin
"Vejo que, sob o ponto de vista ético, nós vivemos um descalabro. Enquanto a gente não tirar essa praga da corrupção, o Brasil não vai para frente", afirmou Alckmin durante caminhada pelo centro de Mogi das Cruzes (51 km a leste de São Paulo).
Para o tucano, além do debate moral, a questão da corrupção tem um lado econômico por espantar investimentos e créditos. Segundo ele, "cria um clima horrível porque você não tem segurança nas instituições".
Na opinião de Alckmin, apesar de um cenário internacional "extraordinário" a altos índices de crescimento, o país é o "último da fila". Ele atribuiu isso à incapacidade administrativa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre à reeleição pelo PT.
"Sob o ponto de vista de gestão, o governo não funcionou. É muito imposto, imposto para cima, e pouco resultado. Sob o ponto de vista de crescimento, perdemos as oportunidades", disse o ex-governador de São Paulo.
"Enxugando gelo"
Questionado sobre os problemas de segurança pública no Estado, Alckmin voltou a culpar o governo federal.
Segundo o candidato do PSDB, o desenvolvimento do crime organizado está diretamente relacionado ao tráfico de drogas e à falta de policiamento nas fronteiras.
"As nossas fronteiras estão escancaradas e aí você fica enxugando gelo, combatendo o quarto nível do tráfico de drogas, o pequeno distribuidor, quando tem que combater o tráfico internacional", afirmou.
Pesquisas
Alckmin minimizou o resultado das últimas pesquisas, que mostram vitória de Lula ainda no primeiro turno.
"Se dependesse de pesquisa o governador de São Paulo seria o [Paulo] Maluf, e ele nem para o segundo turno foi", disse fazendo referência à eleição para o governo do Estado de 2002.
A expectativa da cúpula tucana era de que, após o início do horário eleitoral gratuito, o candidato se tornaria conhecido em todo o país e, assim, apresentaria um crescimento significativo nas intenções de voto.
No entanto, pesquisa Ibope divulgada neste domingo mostra que, duas semanas depois do começo da propaganda política, o presidente ampliou sua vantagem sobre o tucano (de 47% a 21% para 49% a 22%) e venceria ainda no primeiro turno.
Alckmin negou que os números das pesquisas fariam com que ele mudasse a estratégia de campanha. Ele disse que não vai partir para o ataque. "Eu to paz, amor e trabalho, que é o que o Brasil precisa."
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