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Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 13:22

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A União Européia prometeu nesta sexta-feira contribuir com de 6,5 mil a sete mil soldados para a força multinacional das Nações Unidas que monitora a aplicação do cessar-fogo no sul do Líbano.

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da França, Philippe Douste-Blazy, após uma reunião de ministros europeus com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em Bruxelas.

"Com os compromissos feitos hoje, nós chegamos a de 6,5 mil a 7 mil soldados", afirmou Douste-Blazy, em entrevista coletiva.

Annan disse esperar que os soldados sejam mandados nos próximos dias. Segundo ele, a França liderará as tropas da Unifil até fevereiro, mês em que a Itália deverá assumir o comando da missão.

O secretário-geral da ONU já havia dito antes da reunião que não esperava que as contribuições dos europeus fossem suficientes para aumentar o contingente da Unifil (força interina da ONU no Líbano) de dois mil para 15 mil, como foi previsto pela resolução 1701 da ONU.

Na quinta-feira, a França anunciou que terá no país dois mil soldados – 200 franceses já faziam parte das forças da ONU no Líbano, outros 200 chegaram nesta sexta-feira e 1,6 mil ainda serão enviados.

Espera-se que Itália também seja um dos principais contribuidores. Na semana passada, os italianos disseram que podem enviar até 3 mil homens.

Chirac

O presidente da França, Jacques Chirac, disse que uma força de paz de 15 mil soldados no Líbano, como vem sendo proposta, representa um contingente "excessivo".

“O número colocado no início das discussões é totalmente excessivo. Imagino que em um território equivalente à metade de um departamento administrativo francês, seria impossível movimentar 15 mil soldados libaneses e 15 mil soldados da Unifil (a força da ONU) sem que um esbarrasse no outro”, declarou o presidente francês.

A ONU tinha se mostrado bastante decepcionada com a resposta inicial dos países da União Européia – especialmente a França – para seu pedido feito de acordo com a resolução 1701.

A França foi bastante criticada por ter se comprometido inicialmente apenas 200 soldados. O país havia dito que estava preparado para liderar as tropas, o que passou a ser questionado após a atitude tímida dos franceses na primeira semana após o cessar-fogo.

Agora a liderança da operação poderá ser divida entre os franceses e os italianos, que se mostraram menos reticentes em relação ao seu envolvimento.

Liderança

A ampliação da força de paz no Líbano foi aprovada como parte do cessar-fogo que terminou com o conflito entre Israel e o grupo militante Hezbollah.

No entanto, logo após o acordo, começaram a surgir dificuldades para tirar a proposta do papel.

Entre os problemas estavam dúvidas sobre qual seria exatamente o mandato da força de paz - se ela teria, por exemplo, que desarmar os homens do Hezbollah.

Também questionava-se até que ponto os soldados da ONU podiam se defender em uma região reconhecidamente volátil e historicamente perigosa para tropas de paz – na década de 80, 242 soldados americanos e 60 franceses foram mortos em atentados no sul do Líbano em um único dia.

A dúvida sobre a atitude de Israel após a chegada de novas tropas da ONU também gerou preocupações. Durante o conflito, quatro observadores da organização foram mortos em um bombardeiro de Israel.





Fonte: BBC Brasil

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