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Economia
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 07:41

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Um relatório da empresa de análise de mídia Screen Digest revela que o boom de vendas de músicas online deverá ajudar a indústria fonográfica européia a recuperar seu desempenho financeiro.

Isso só deve ocorrer, no entanto, a partir de 2010.

Segundo o estudo da empresa sobre o mercado de música online na Europa, a pirataria na internet não é a única responsável pela queda nas vendas das gravadoras.

Os analistas da empresa acreditam que a oferta mais ampla de produtos ligados a cultura e o surgimento do DVD deixaram os consumidores com menos dinheiro para investir em suas coleções musicais.

O documento afirma que muitas grandes lojas de música estão ampliando sua oferta de produtos com livros, celulares e outros equipamentos, deixando menos espaço para os CDs.

A crescente popularidade do DVD é outro fator importante. "O fato de o declínio nas vendas de música corresponder ao boom no comércio de DVDs começa a parecer menos uma coincidência e mais uma causa", diz o texto.

Aparelhos portáteis

Conforme o relatório, mais de 7% dos europeus têm um aparelho portátil de música. Em 2004, esse índice era de 2%.

Além da popularidade do MP3, há um crescente interesse em portais de música, como Napster e iTunes (da Apple), por meio dos quais muitas pessoas compram músicas para armazenar em seus aparelhos, diz a pesquisa.

A Screen Digest prevê que, neste ano, os europeus gastem 280 milhões de euros em compras de música online.

Até 2010, esse mercado deverá chegar a 1,1 bilhão de euros, e o número de aparelhos portáteis entre os europeus será de 80 milhões.

Apesar do crescimento, o relatório afirma que o mercado europeu de música em geral vai continuar a perder valor até pelo menos 2010 - quando as vendas de downloads de músicas terão crescido o suficiente para atenuar as perdas.



Novos formatos

Essa previsão de crescimento gradual nas vendas, porém, não deve deixar os produtores musicais complacentes, alerta o analista Dan Cryan. Ele afirma que o aumento das vendas online não poderá reverter totalmente a queda no resultado geral da indústria.

Cryan afirma que as gravadoras devem aproveitar novas oportunidades de mercado, como telefones celulares e internet, para vender mais músicas para mais pessoas.

O analista diz ainda que as empresas devem ir além dos formatos tradicionais de single e álbum e buscar novas maneiras de oferecer música às pessoas.

De acordo com o relatório, desde 2001 o mercado total de música gravada na Europa perdeu 22% de seu valor. O documento alerta, no entanto, sobre o perigo de culpar a pirataria por esse declínio.

O alerta é baseado em dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica segundo os quais o número de músicas pirateadas em circulação na internet caiu substancialmente entre 2003 e 2005.




Fonte: BBC Brasil

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