Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 13 de Agosto de 2006 às 14:20

    Imprimir


Julio César Rivas Toronto (Canadá), 13 ag).- Cerca de 30 mil pessoas, dentre as quais Bill Gates e Bill Clinton, assistirão hoje a um show beneficente que abrirá em Toronto a XVI Conferência Internacional da Aids, que tem como objetivo fazer com que o mundo cumpra suas promessas sobre o tema.

O show, que começa às 22h (de Brasília), contará com a participação de artistas como Chantal Kreviazuk, The Barenaked Ladies, Our Lady Peace, Alicia Keys e Thomas Mapfumo, este último do Zimbábue.

As apresentações serão precedidas por dois dos discursos mais aguardados da XVI Conferência: o do fundador da Microsoft, Bill Gates, e o de sua esposa, Melinda Gates.

O casal Gates anunciou, há poucos dias, a doação de US$ 500 milhões para a luta contra a aids e contra a tuberculose nos países em desenvolvimento.

"Gates é uma pessoa realmente inteligente. Quando fala, é porque realmente possui algo a dizer", disse à Efe um delegado americano.

"Além do mais, é um país em si próprio. Ele pode dizer o que quiser, sem medo de repercussões. Quem vai mexer com ele?", disse.

O medo de repercussões parece ser a razão pela qual o primeiro-ministro do Canadá, o conservador Stephen Harper, optou por não participar da conferência, que vai até o dia 18 de agosto.

A ausência de Harper da conferência é a principal polêmica que se inicia com a abertura do encontro de analistas, cientistas, políticos, funcionários, profissionais do sistema de saúde, ativistas e portadores do vírus HIV.

Segundo o enviado especial da ONU para a aids na África, o canadense Stephen Lewis, o primeiro-ministro canadense não comparecerá à Conferência por medo de ser vaiado.

Durante semanas, Harper alegou que problemas com sua agenda o impediriam de estar em Toronto. O primeiro-ministro revelou no sábado que uma viagem pelas regiões árticas do país - sobre as quais o Canadá quer reforçar sua soberania - o impedirão de participar da XVI Conferência Internacional da Aids.

"As discussões sobre a soberania no Ártico podem esperar.

Quarenta milhões de pessoas no mundo todo têm este vírus, e a maioria falecerá por causas previsíveis. Há fator mais importante do que este?", disse Lewis, para quem a justificativa alegada por Harper não passa de uma desculpa.

O encontro em Toronto tem uma importância simbólica, pois neste ano completa-se o 25º aniversário do primeiro caso registrado da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Desde então, 65 milhões de pessoas foram infectadas, e 25 milhões morreram por causa da doença.

A conferência será realizada em um clima otimista, apesar do crescimento do número de infectados nos países pobres, especialmente na África subsaariana.

A prevenção será um dos principais temas tratados durante a conferência, assim como os tratamentos promissores como o tenofovir, que diminui significativamente o número de infecções quando utilizado preventivamente.

A doutora Helen Gayle, co-presidente da conferência, disse que, embora os dados disponíveis sejam preliminares, o anúncio é "extremamente promissor".

Os analistas discutirão também os trabalhos para o desenvolvimento de uma vacina contra a aids, campo no qual também foram dados passos promissores.

Os ativistas advertem que estes avanços científicos não têm sentido real se não chegarem às pessoas que mais necessitam, nos países mais pobres.

O encontro tratará ainda de temas como a fabricação de remédios a preços acessíveis para os países pobres e as leis de propriedade intelectual, questionada por países como Brasil e Índia, para fornecer remédios à população infectada.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/283156/visualizar/