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Agronegócios
Quarta - 13 de Fevereiro de 2013 às 20:25

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Só Notícias

A concentração da colheita de soja em períodos cada vez mais curtos está obrigando os agricultores a reunir um bom parque de máquinas para que a realização do trabalho seja feita dentro do cronograma previsto. E esta realidade abriu um amplo espaço para a terceirização de serviços.
 
Mais de 30 máquinas trabalhando em ritmo acelerado. É assim a colheita da soja na fazenda Encantado, em Sapezal – oeste de Mato Grosso. Para dar conta das plantações precoces, que somam 8 mil hectares, apenas o maquinário próprio não é suficiente. Parte dos serviços é terceirizada, o que garante o cumprimento do cronograma e a estratégia financeira do produtor.
 
"É 50%, 15 são nossas, o restante é terceirizado, porque, como 80% da nossa soja colhe-se em janeiro, não é viável ter todas colheitadeiras nossas. É muito capital investido. Então a gente prefere terceirizar uma parte", diz o produtor Carlos Webler.
 
Durante a colheita, três empresas foram contratadas. Uma delas é a do prestador de serviços Aldir Schneider. Ele levou seis colheitadeiras para a fazenda, onde acompanha os trabalhos e aperta o passo dos funcionários. " É pela eficiência. Você só é competitivo se for eficiente, e uma máquina parada é prejuízo, e o patrão também não gosta. Por isso, a terceirização é importante, tem qualidade e a máquina está sempre andando. As pessoas procuram serviço de qualidade e, quem consegue se manter neste mercado, está com o futuro garantido",  fala Schneider.
 
A agenda de um prestador de serviços não fica restrita à região em que ele esta instalado, o que garante trabalho durante praticamente toda a safra. Quando encerrar os trabalhos em Mato Grosso, no início de março, as máquinas do Schneider serão levadas para os Estados da Bahia e do Piauí, onde vão ficar em operação até o mês de maio.
 
A forma de pagamento é variada. A mais comum é de acordo com a produção colhida, geralmente 5% a 5,5% do total. Mas também há contratos pagos em função da área. Nestes casos o prestador recebe de duas a três sacas por hectare colhido. " O mercado de terceirização nas fazendas é algo novo, que aconteceu de alguns anos para cá e tem futuro sim, porque espaço tem e está crescendo. E a velocidade das colheitas e do plantio concentra muito, então tem que ser rápido", diz Schneider.
 
Esta é a terceira safra em que Schneider presta serviços. Mas a ligação dele com o campo é bem mais antiga. Pioneiro na região, ele também era agricultor. Chegou a plantar 2 mil hectares de soja, mas teve que abandonar a atividade depois de perder toda a produção em 2003, quando a ferrugem asiática, ainda desconhecida por ali, destruiu a lavoura. "Tinha talhões que colhi 2 sacas por hectare. E isso fez com que a gente saísse do mercado, a gente quebrou", relata
 
Hoje, a proximidade com a rotina de antigamente traz lembranças e emoção. "Ah, você sente a adrenalina e lembra do passado. E eu acho que não é bom lembrar, foi um tempo difícil", lembra Schneider.






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