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Nacional
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 06:27

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A ampliação da vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana em relação ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, provocou críticas entre os próprios integrantes do conselho político de campanha tucana. Para o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, o problema está na falta de diálogo entre o núcleo de campanha de São Paulo e de Brasília. Para tentar reverter a situação, a nova estratégia de Alckmin será o lançamento de um "pacote anticorrupção". O candidato também deve elevar o tom das críticas contra a corrupção no governo e se mostrar como um defensor da ética nas eleições.

Lula teve a vantagem ampliada em relação ao tucano nas pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, a cinco dias do início da propaganda eleitoral em rádio e TV e a 52 dias das eleições. No levantamento feito pela CNT/Sensus, Lula aumentou de 16,9 pontos percentuais (em julho) para 28,2 pontos percentuais a diferença sobre o tucano. Na Datafolha, Lula ampliou a diferença de 16 para 23 pontos percentuais em três semanas.

A justificativa dada pelo presidente do PSDB é em relação para a queda nas pesquisas é de que falta diálogo entre o "núcleo de São Paulo e de Brasília". Irritado com a exploração ineficiente do horário oferecido pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, Jereissati, se queixou especificamente do coordenador de comunicação da campanha, jornalista Luiz Gonzalez.

O mesmo ponto de vista é compartilhado pelo o presidente do partido aliado ao PSDB na campanha, o PPS, Roberto Freire. "Há dois grandes centros na campanha: um político, em Brasília, e o de comunicação e propaganda, em São Paulo. Hoje não há comunicação. É preciso interagir", resumiu, de acordo com a Folha de S.Paulo.

Enquanto Tasso reforça a importância da comunicação entre os núcleos da campanha, a ala paulista reage e queixa-se da insistência de Tasso para que Alckmin concentre sua agenda no Nordeste. Segundo tucanos paulistas, Alckmin tem desperdiçado seu tempo em viagens com poucos dividendos eleitorais. "A agenda tem que priorizar o interesse nacional. Não se pode subordinar a campanha a interesses locais", disse Freire.

Pacote anticorrupção Ontem, o comando da campanha de Alckmin decidiu anunciar o lançamento de um "pacote anticorrupção" para tentar minimizar os efeitos negativos da queda do tucano nas pesquisas. A coordenação avaliou que a melhor saída para tentar neutralizar a queda seria um novo tema. Por sugestão do PFL, o tema escolhido foi o combate à corrupção.

Alckmin afirmou que o "pacote anticorrupção" não vai apenas consertar o que aconteceu, mas sim evitar que aconteça novamente. "Não há casos isolados, ela perpassa vários ministérios. Temos de mudar a legislação e evitar desperdício", completou. Ele não quis detalhar o que irá propor. A previsão é formatá-lo até sexta.

Após a reunião em Brasília, Alckmin seguiu para São Paulo para gravar seu primeiro programa de TV, que vai ao ar na terça-feira. Sobre a pesquisa, ele limitou-se a dizer que "a campanha ainda não começou". Integrantes do conselho político não esconderam o temor de que o desempenho negativo amplie a falta de apoio regional ao tucano.

FHC: jogo não está decidido O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso aposta que o horário eleitoral gratuito aumentará o fôlego da candidatura tucana de Geraldo Alckmin e levará as eleições ao segundo turno: "Lula é favorito, mas o jogo não está decidido", disse em entrevista ao jornal argentino La Nación.

Na análise do próprio jornal, FHC fez uma defesa "com mais cautela que entusiasmo" do candidato de seu partido. Limitou-se a dizer que é provável segundo turno e a enumerar Estados onde Alckmin pode vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno.




Fonte: Terra

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