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Cidades/Geral
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 07:41

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No dia 11 de agosto, será inaugurada a reforma da Casa dos Hemofílicos, em Cuiabá, feita com recursos fornecidos pelo Pró-Unim (Projeto Unimediano de Ação Social). A casa é mantida pela Associação dos Hemofílicos e von Willebrand do Estado de Mato Grosso, mas a entidade não possui renda própria e não teria como custear a obra, explica a hematologista e presidente da Federação Brasileira de Hemofilia, Dra. Sylvia Thomas. “Graças à ajuda da Pró-Unim foi possível a reforma. Embora todos os meses aceitasse pessoas, mesmo porque elas não tinham onde ficar, a casa estava em condições precaríssimas”, explica ela. O imóvel é um importante apoio para os pacientes e seus familiares que vêm do interior do estado ou mesmo de outras regiões do país em busca do tratamento oferecido em Mato Grosso, considerado único no país.

De acordo com Edinoran Sousa Lopes, presidente da Associação, foi feita uma reforma total, com substituição de piso, azulejos e teto. Além disso, foi criada no quintal uma área de lazer para as crianças. Enfim, foi uma obra bastante ampla, inclusive com adaptações para pessoas que têm dificuldade de locomoção. “Isso é indispensável porque a pessoa que vem fazer o tratamento fica por um período de tempo tendo que usar muletas ou cadeiras de rodas”, frisa. Dessa forma, o local torna-se ideal para a hospedagem desse tipo de paciente, analisa a médica. “Mesmo quem tem condições financeiras de ficar em hotel, se é possível ficar num local com uma boa estrutura como a que existe agora, é melhor. A casa permite que se faça o tratamento adequado”, ressalta. O que a entidade precisa agora, acrescenta, é de apoio da sociedade para que possa mobiliar a casa. “Precisa de colchões, de móveis, de geladeira”, enumera Edinoran.

Mato Grosso à frente

O Estado tem recebido muitos pacientes de outras regiões do país porque oferece, gratuitamente, um tratamento diferente do que é comumente desenvolvido no Brasil. Recentemente, o Paraná começou a utilizá-lo, mas de maneira bastante restrita, ainda só para os pacientes daquele Estado, lembra Sylvia Thomas. Normalmente, o paciente com hemofilia recebe hemoderivados que compensam a falta de fatores de coagulação, um tratamento que é custeado pelo Ministério da Saúde e desenvolvidos pelos Estados. Em Mato Grosso, o tratamento consiste na aplicação de um material radioativo,o Ítrio. Isso graças a um protocolo de pesquisa científica assinado com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado ao Ministério das Minas e Energia, o MT Hemocentro e o Instituto de Medicina Nuclear (IMN).

A hematologista explica que o IPEN adquire o material e ele é aplicado no Instituto de Medicina Nuclear, dirigido pelo Dr. Paulo Assi, que fornece todo o pessoal médico e toda a estrutura de medicina nuclear sem nenhum ônus para o paciente. É um trabalho que vem sendo realizado dessa forma há três anos, todos os meses. Para se ter uma idéia do alto custo desse tratamento, basta saber que nos Estados Unidos custa US$ 4 mil cada aplicação. Sylvia Thomas ressalta que já foram feitas mais de duzentas aplicações. É algo novo no Brasil, pioneiro, e que tem um resultado que impacta profundamente a vida dessas pessoas, festeja a médica.

A aplicação é feita pelo ortopedista Dr. Marcos Benedito Correa Gabriel. Ele considera que os resultados têm sido muito bons, “sem dúvida animadores para a gente continuar seguindo em frente”. Marcos Benedito fez todas as aplicações e é hoje o profissional mais experiente na aplicação do material radioativo em articulações. Ele foi estudando junto com a equipe a melhor forma de fazê-la e hoje é procurado por especialistas de grandes centros de excelência do país para que transmita seus conhecimentos. O IMN tem recebido visitantes como uma doutoranda da Unicamp, dois ortopedistas doutorandos da Unicamp, um médico ortopedista do Paraná e até um russo já demonstrou interesse em conhecer o processo.





Fonte: 24HorasNews

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