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Internacional
Domingo - 23 de Julho de 2006 às 21:40

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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, não descarta a mobilização de uma força de interposição européia no sul do Líbano para deslocar da área o grupo xiita Hisbolá, um dia antes da chegada à região da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

Assim disse ao ministro de Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, com quem se reuniu hoje em Jerusalém, segundo uma informação na edição eletrônica do jornal "Yediot Aharonot".

Segundo o jornal, Israel estudará favoravelmente a possibilidade que uma força formada por efetivos europeus, talvez sob bandeira da Otan, para assumir a região até agora dominada pela guerrilha Hisbolá.

Mas, acrescentou, isso só será possível depois de se definir o mandato dessa missão, e que deverá incluir o controle pelas passagens fronteiriças entre Síria e Líbano, o desarmamento do Hisbolá e a mobilização paralela do Exército libanês.

A idéia de uma força de interposição internacional de países europeus foi colocada hoje pela primeira vez pelo ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, após uma reunião com o ministro de Exteriores alemão.

Apoiamos o posicionamento de uma força multinacional com uma ampla autoridade (que seria da Otan)", disse Peretz, ressaltando o caráter de "reforço" ao Exército libanês que essa força teria.

A força internacional, segundo Peretz, seria da Otan e deveria, além de retirar o grupo xiita Hisbolá da fronteira do Líbano com Israel, prevenir o contrabando de armas provenientes da Síria.

Enquanto isso, Israel seguirá com sua operação militar até completar os objetivos fixados, disse Peretz sobre os limites da operação israelense em território libanês.

A Força Aérea e a artilharia continuaram hoje os ataques contra posições do Hisbolá no sul do Líbano, enquanto a guerrilha lançava contra o território israelense novas séries de foguetes, que causaram a morte de dois civis na cidade de Haifa.

Por terra, efetivos israelenses atuam em áreas limitadas, sem que, por enquanto, pareça que Israel vá lançar uma invasão maciça com forças blindadas.

Israel, que teme as conseqüências de uma invasão por terra, também abriu hoje as portas para iniciativas diplomáticas, um dia antes da chegada à região da secretária de Estado americana.

A ministra de Exteriores, Tzipi Livni, lembrou que paralelamente à ofensiva é preciso abrir um canal diplomático para resolver o problema, e se preparar para o dia depois da operação militar.

Em um encontro com a imprensa na sede do Ministério das Relações Exteriores, Livni disse que o objetivo final de Israel é que o Governo de Beirute assuma o controle do sul do Líbano.

Israel "quer ver um Governo que atua e é responsável por tudo o que acontece em seu território, em suma, um Governo soberano", disse.

Livni se referia assim ao fato de o Hisbolá se movimentar quase com inteira liberdade pelo sul do Líbano - zona fronteiriça com Israel -, apesar da resolução 1559 da ONU obrigar seu desarmamento, e a que em seu lugar seja posicionado o Exército libanês.

"Uma situação de caos, onde coexistem um Governo e uma organização terrorista (em alusão ao Hisbolá) é intolerável", disse a chefe da diplomacia israelense.

"Não existe um conflito entre Israel e o Líbano, mas com o Hisbolá e o Irã. Isso é algo que a comunidade internacional deve entender", disse Livni.

Na sessão de hoje do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro israelense disse que considera o Governo do Líbano um parceiro para um futuro diálogo, e disse que "não temos disputa alguma com o povo libanês, e não temos intenção de prejudicar sua qualidade de vida".

"O primeiro-ministro Fouad Siniora é um parceiro para o diálogo e talvez isso acabe sendo possível", disse Olmert.





Fonte: EFE

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