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Internacional
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 17:45

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O destróier USS Mustin, composto por vários antimísseis, chegou hoje ao Japão para reforçar a frota dos EUA na Ásia, após a Coréia do Norte ter disparado sete mísseis nesta semana.

Além do Mustin, o cruzador USS Shiloh chegará à região em agosto.

Os navios darão a Washington maior capacidade para responder a possíveis ataques com mísseis na região.

O USS Mustin, por exemplo, "conta com radares mais sofisticados", disse o tenente Tray Brown, porta-voz da Marinha, à Efe.

No entanto, Brown enfatizou que sua chegada à região não é uma resposta direta às ações de Pyongyang, pois já estava planejada há "quase um ano".

Ambos substituirão antigos navios da Sétima Frota dos EUA, com base em Yokosuka, sul de Tóquio.

A chegada do USS Mustin ao porto japonês significa que os EUA já contam com oito navios equipados com o sistema de combate Aegis nas imediações da península de Coréia.

O sistema conta com um radar eletrônico que detecta mísseis e aviões, dispara antimísseis e os guia ao alvo.

O antigo radar cobria somente uma região por vez, enquanto o novo realiza detecções simultâneas e é capaz de seguir 100 alvos ao mesmo tempo.

O USS Mustin é parte do projeto de escudo antimísseis dos EUA, uma idéia apresentada inicialmente por Ronald Reagan quando era presidente nos anos 80. A proposta recebeu o apelido de "guerra das estrelas".

O projeto vem consumindo bilhões de dólares, e seus testes nem sempre deram os resultados esperados pelo Pentágono. O lançamento dos mísseis por parte da Coréia do Norte, no entanto, mostraram sua importância para os Estados Unidos.

"O fato de que uma sociedade não transparente esteja disposta a disparar um míssil sem informar o alvo significa que necessitamos de um sistema de mísseis balísticos", afirmou ontem o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Segundo especialistas, um dos mísseis testados pela Coréia do Norte na quarta-feira, o Taepodong 2, tem capacidade para alcançar o Alasca. O míssil falhou poucos segundos após ser lançado, a oeste do Japão, perto do litoral norte-coreano e russo.

O Alasca é a sede da maioria dos onze antimísseis que os EUA possuem em terra. O restante está na base aérea de Vandenberg, Califórnia.

Até o momento, os EUA realizaram oito testes das instalações terrestres do escudo antimísseis, mas apenas em cinco ocasiões os projéteis tiveram ação efetiva contra os mísseis.

Essa baixa porcentagem foi obtida apesar de os exercícios não serem realistas, pois se conheciam variáveis como o ponto de origem, a velocidade e a trajetória dos mísseis, o que não acontece em um ataque verdadeiro.

O Pentágono suspendeu os testes depois que os mísseis falharam, em exercícios realizados em dezembro de 2004 e fevereiro de 2005.

Mesmo assim, os EUA ativaram o sistema quando seus satélites detectaram que a Coréia do Norte se preparava para a realização de um teste de mísseis.

"Acho que tínhamos possibilidades razoáveis de derrubá-los", disse Bush, que reconheceu que a capacidade do escudo antimísseis é "modesta".

As provas no mar tiveram mais êxito. No mês passado, o USS Shiloh usou sua versão do sistema Aegis para derrubar, fora da atmosfera, um míssil de médio alcance com um antimíssil.

O USS Shiloh conta com uma tripulação de 400 marinheiros, enquanto o USS Mustin possui 380 membros. Já o porta-aviões USS Kitty Hawk, principal integrante da 7ª frota, tem uma tripulação de 5 mil pessoas, incluindo os pilotos.





Fonte: EFE

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