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Saúde
Segunda - 03 de Julho de 2006 às 10:56

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Amamentar pura e simplesmente não é suficiente. É preciso atentar à qualidade do ato. Esta é a posição da fonoaudióloga Daniela Cristina Freitas Ferreira, formada pela Unimep e membro da Clínica Bozelli, em Sorocaba. ”Além de ser responsável pela boa nutrição e imunidade do bebê contra doenças, a amamentação desenvolve as estruturas orais e aumenta o tônus muscular, fato que se constitui num importante pré-requisito para que a criança venha a falar sem trocas articulatórias e tenha no futuro um processo mastigatório adequado”, afirma.

Apesar da boa vontade e consciência da maioria das mulheres, muitas não amamentam seus filhos com a devida qualidade por pura falta de informação. As causas são várias e vão desde a má postura ou o mau posicionamento entre mãe e bebê, passando pelo ingurgitamento mamário até o mau posicionamento do mamilo dentro da boca da criança.

Estes problemas são relativamente comuns, principalmente entre mulheres que nunca tiveram filhos. Tanto que na clínica onde Daniela atende, foi criado um protocolo para avaliar a amamentação materna desde a primeira consulta pediátrica. “Analisamos o bebê e a mãe e procuramos auxiliá-los, principalmente amenizando as frustrações e angústias que o ato de amamentar.costuma gerar”, explica Daniela.

Segundo Daniela, a avaliação começa com a inspeção da mama. “Posteriormente, também observamos detalhadamente o padrão de sucção do bebê e a funcionalidade da amamentação, observando a relação entre os dois”, diz a fonoaudióloga.

Condutas simples, que podem ser adotadas em casa, também ajudam. “Passar bucha nos bicos dos seios durante os banhos e o uso de concha para amamentar ajudam a enrijecer os mamilos, torná-los menos sensíveis facilitando a pegada adequada do bebê na hora de mamar”, afirma Daniela.

Recebendo orientações desta natureza, as mães evitam problemas dolorosos e desagradáveis, como o popularmente conhecido leite empedrado ou a fissura mamilar. “Bem informadas, elas não precisam passar por desconfortos desnecessários ou, muito menos, causar o desmame precoce”, argumenta.

Apesar da maioria dos problemas ter origem nas condutas adotadas pela mãe, os bebês também podem apresentar alguma dificuldade para mamar. “Um criança que tenha a língua acoplada atrás da borda incisiva superior, por exemplo, terá dificuldade para sugar o mamilo adequadamente, não conseguirá extrair a quantidade de leite suficiente e, com isto, poderá apresentar um déficit em sua nutrição”, alerta Daniela.

Eliminados ou esclarecidos estes pontos, a fonoaudióloga destaca um outro fator importante para a boa qualidade da amamentação: a afetividade do momento. “Quando a mãe está alimentando seu filho deve dedicar-lhe muito carinho e atenção. Esta inter-relação deve proporcionar afeto, troca de olhares e a estimulação da linguagem entre ambos e ajudará muito na qualidade do ato”, orienta.

A carência de informações técnicas sobre o ato de mamar levou a direção da Clínica Bozelli a criar um curso específico sobre o tema. “O objetivo é demonstrar a necessidade do aleitamento materno vinculado ao desenvolvimento das estruturas orofaciais, denominado sistema estomatognático”, resume Daniela. “No último programa desenvolvido, abordei a necessidade de ganho muscular pela sucção natural em vez do obtido pela sucção artificial por mamadeira e/ou chuca”, revela.

A amamentação correta tem, ainda, um outro argumento a seu favor. “Por favorecer o desenvolvimento dos órgãos fonoarticulatórios (língua, lábios, etc.), ajuda na transição alimentar que ocorre por volta dos sete meses de vida do bebê, pois a criança estará apta a adaptar-se a utensílios diversos, consistências e texturas diferentes”, completa.





Fonte: Da Assessoria

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