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Saúde
Segunda - 26 de Junho de 2006 às 14:43

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Pessoas expostas a pequenas quantidades de pesticida por um longo período têm 70 por cento mais chances de desenvolver o mal de Parkinson, disseram pesquisadores norte-americanos na segunda-feira.

Entre essas pessoas estão principalmente agricultores, criadores de gado e pescadores, afirmou um artigo a ser publicado na edição de julho da revista Annals of Neurology.

O estudo confirma o resultado de pesquisas anteriores sugerindo que os pesticidas podem ter ligação com o mal de Parkinson quando há a destruição de células importantes do cérebro, disse a equipe de cientistas, de Harvard.

"As descobertas confirmam a hipótese de que a exposição a pesticidas é um fator de risco para o mal de Parkinson", escreveram no artigo. Alberto Ascherio, professor associado da área de nutrição e epidemiologia, e colegas dele analisaram dados da pesquisa de 2001 da Sociedade Americana do Câncer, envolvendo 143.325 pessoas. Os cientistas entraram em contato com as pessoas que afirmaram ter Parkinson.

A Sociedade Americana do Câncer avaliou os fatores de risco para o câncer e todos os entrevistados forneceram dados sobre sua alimentação, seus hábitos alimentares e sobre o meio em que viviam e trabalhavam.

Mais de 5.200 homens e 2.600 mulheres relataram exposição a pesticidas. Depois de calibrar fatores de risco para o mal de Parkinson como a idade, o sexo e outros, os pesquisadores descobriram uma incidência da doença 70 por cento maior entre essas quase oito mil pessoas.

Um número maior de homens que de mulheres afirmou ter ficado exposto a pesticidas e os que assim o disseram eram em sua maioria agricultores, criadores de gado ou pescadores, disseram os cientistas.

Pessoas com outras ocupações e que disseram ter sido expostas a pesticidas apresentavam uma propensão maior a usar produtos químicos em casa ou durante atividades de jardinagem, sugeriram os pesquisadores.

A exposição a amianto, ácidos, solventes e pó de carvão e pó comum não foi associada a uma maior incidência da doença, afirmaram. "Estudos a serem realizados devem tentar identificar os compostos específicos associados com o risco aumentado", disseram os cientistas. Um tipo de produtos químicos chamado de organofosfatos foi relacionado ao Parkinson em outros estudos.

Não há uma cura conhecida para o mal de Parkinson, que se manifesta primeiro com tremores e que acaba levando à paralisia dos movimentos e, com frequência, à morte.

No mundo todo, estima-se que há 6,3 milhões de pessoas com esse mal, mais de 1 milhão delas apenas nos EUA.





Fonte: Reuters

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