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Internacional
Segunda - 19 de Junho de 2006 às 09:08

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O Japão advertiu hoje à Coréia do Norte que responderá com firmeza ao eventual lançamento de um míssil de longo alcance e lembrou que o regime de Pyongyang deverá responder por esta ação perante o Conselho de Segurança da ONU.

Segundo os serviços secretos japoneses, sul-coreanos e americanos, a Coréia do Norte tem um míssil esperando para ser lançado em um silo no nordeste do país. Esta informação provocou novas tensões e ameaças na região, que se refletiram nas bolsas de valores nesta segunda-feira, com quedas em Tóquio e Seul.

Hoje circularam rumores sobre um iminente lançamento de um míssil Taepodong-2 de três fases, baseado na tecnologia dos Scud soviéticos e dos Nodong norte-coreanos, com um alcance de entre 3.500 e 6.700 quilômetros, o que permitiria ao projétil chegar ao Alasca, segundo algumas versões.

"Esta é uma situação muito perigosa", disse o embaixador americano em Tóquio, Thomas Schieffer.

O Japão, considerado o primeiro alvo de um hipotético ataque da Coréia do Norte com mísseis, demonstrou sua preocupação. O primeiro-ministro do país, Junichiro Koizumi, advertiu Pyongyang sobre conseqüências de um passo tão perigoso.

"Acredito que nenhum míssil será disparado. No entanto, se isso acontecer, o Japão consultará os Estados Unidos e outros (aliados) e se verá impelido a tomar medidas severas em resposta", disse Koizumi em entrevista coletiva.

O primeiro-ministro japonês acrescentou que Tóquio está tentando convencer Pyongyang a suspender os preparativos, que começaram no início do mês em uma plataforma de lançamento em Masudan-ri, na província de Hamgyong-bukto (Hamgyong do Norte).

O Japão já anunciou que caso a Coréia do Norte lance o míssil, apresentará a questão ao Conselho de Segurança da ONU e solicitará a imposição de sanções econômicas ao país.

No domingo, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que os EUA também responderão a Pyongyang com firmeza.

"Não queremos que aconteça um teste de mísseis fora da Coréia do Norte", disse Snow em um pronunciamento transmitido pela televisão.

O porta-voz lembrou que, em 1999, a Coréia do Norte decidiu assinar por vontade própria uma suspensão nos testes de mísseis balísticos.

Um ano antes, o lançamento de um Taepodong-1 tinha deixado o Japão em estado de alerta vermelho. O míssil de médio alcance sobrevoou o território japonês antes de atingir o mar.

"Esperamos que mantenham esta suspensão", disse Snow, ao ressaltar que Washington também acredita que Pyongyang cumprirá a promessa de retomar as negociações com EUA, Japão, China, Rússia e Coréia do Sul sobre seu programa de armas nucleares.

As conversas foram interrompidas pela Coréia do Norte em novembro, quando a quinta e última rodada de negociações aconteceu em Pequim.

Analistas citados pela imprensa sul-coreana indicaram que a ameaça do míssil intercontinental é uma aposta arriscada da Coréia do Norte diante destas negociações.

Elas lembraram que em 1º de junho um porta-voz norte-coreano disse que "se os EUA mantiverem sua política hostil e suas pressões, a Coréia do Norte não terá outra opção além de tomar a medida mais forte para defender sua soberania e direito à sobrevivência".

No domingo, Pyongyang mostrou sua disposição de fortalecer suas defesas para enfrentar qualquer agressão externa.

"O Exército e o povo norte-coreanos farão tudo o que estiver em suas mãos para aumentar seu potencial de dissuasão militar, com uma extrema vigilância que permita se adiantar aos passos dos EUA, empenhados em fazer em provocações de guerra contra a Coréia do Norte", disse Choe Tae-bok, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano.

O secretário completou que, caso "os inimigos acendam o pavio da guerra, o Exército e o povo norte-coreanos aniquilarão sem piedade os agressores e liberarão a ira profundamente arraigada desta nação".

Nesta segunda-feira, a imprensa sul-coreana e japonesa indicou que o comando militar da Coréia do Norte não realizou testes do míssil Taepodong-2 por razões meteorológicas, por isso, o lançamento poderia acontecer nas próximas horas ou dias.

Segundo fontes dos serviços secretos, as últimas fotografias feitas por satélites-espiões dos EUA mostram que o míssil já recebeu combustível e, portanto estaria pronto para ser lançado.




Fonte: EFE

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