Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 17 de Junho de 2006 às 23:50

    Imprimir


O escândalo pela prisão por corrupção de Vittorio Emanuele de Savóia, filho do último rei italiano, aumentou hoje com a notícia de que a Polícia incluiria seu filho, Emanuele Filiberto e também o ex-premier búlgaro, Simeon Sakskoburggotski, na investigação.

O descendente da casa de Savóia, a última que reinou na Itália, foi levado à prisão de Potenza nessa madrugada. Vittorio afirmou hoje a seus advogados que é "inocente, absolutamente inocente e alheio a todas as acusações" dirigidas a ele, segundo fontes citadas pela agência italiana "Ansa".

Vittorio é acusado de exploração sexual, captação de prostitutas para os clientes do cassino de Campione da Itália, e formação de quadrilha para corrupção e falsificação de certificados de vídeo-jogos.

"Foi realizada uma longa e complexa investigação. Surgiram indícios gravíssimos, relativos a fatos extremamente alarmantes, que justificam amplamente a detenção", disse o juiz da investigação preliminar de Potenza, Alberto Iannuzzi, ao canal "SkyTg24".

Em comunicado, o cassino de Campione da Itália negou hoje "qualquer envolvimento" nos fatos investigados pela Justiça italiana que levaram à prisão de Vittorio Emanuele de Savóia.

Emanuele Filiberto de Savóia disse não ter nada do que se envergonhar no escândalo que levou à prisão de seu pai, Vittorio Emanuele, na Itália, que também se eximiu das acusações sobre ele.

Em declarações publicadas hoje pelo "Le Journal du Dimanche", Emanuele Filiberto respondeu aos rumores de que os investigadores suspeitam de seu envolvimento neste suposto caso de exploração sexual. Emanuele afirmou que não teme "nada, por ser uma pessoa íntegra, e não tenho nada do que me envergonhar".

"A única coisa que peço é ser ouvido o mais rápido possível para poder depor, e que tudo seja esclarecido. Tenho mulher e filha, e não quero que tenham que sofrer por tudo isso", disse o filho de Vittorio Emanuele de Savóia.

Embora os responsáveis pela investigação mantenham silêncio, a imprensa local afirma que Emanuele Filiberto estaria envolvido. O filho de Vittorio teria pedido ajuda de Massimo Pizza, Achille De Lucca e Ciro Barca, para que "apagassem" sites em que os dois membros da Casa de Savóia eram criticados.

De acordo com a "Ansa", a investigação também incluiria Simeon Sakskoburggotski, por tentativa de corrupção de membros de países estrangeiros. Seu primo, Vittorio Emanuele, e o empresário Pierpaolo Cerani prometeram dinheiro ao búlgaro se ele garantisse contratos nos setores hospitalar e de telefonia de seu país.

A investigação inclui outras 24 pessoas, com 13 detidos, seis sob prisão domiciliar, entre eles, Salvatore Sottile (porta-voz do líder da Aliança Nacional, Gianfranco Fini, alheio aos fatos). Outro envolvido é Nicolino Narducci, secretário do herdeiro da casa de Savóia.

O caso deixou o país estupefato com as acusações sobre o herdeiro da casa de Savóia, que passou mais de 50 anos no exílio, após um referendo em 1946 para abolir a monarquia. Vittorio Emanuele retornou em maio de 2003, junto com sua família.

O herdeiro foi levado à prisão de Potenza na madrugada passada, em um carro com janelas cobertas com jornais, para não mostrar o interior do veículo.

Hoje, Vittorio se reuniu durante meia hora com seus advogados, Donatello Cimadomo e Piervito Bardi, que apresentaram um habeas corpus.

O juiz Iannuzzi marcou o interrogatório de Vittorio Emanuele de Savóia, de 69 anos, para a próxima terça-feira, além de confirmar seu bom estado de saúde.

Morando na Suíça, Vittorio Emanuele foi detido ontem em Varenna, junto ao lago de Como, no norte do país. O herdeiro tinha doado um sino com a efígie da casa dos Savóia, e de tarde pretendia visitar o cassino de Campione da Itália, um território italiano na Suíça.

Emanuele Filiberto de Savóia disse em entrevista telefônica ao canal de televisão "Canale Cinque" que viajará a Potenza para ver seu pai quando ele puder receber visitas, após o interrogatório de terça-feira.

Além disso, disse que agora está analisando a situação com os advogados, qualificando o caso de "incompreensível". Emanuele Filiberto disse que seu pai é "um homem justo, um homem bom, uma pessoa que sempre fez muito pela Itália, pelos italianos, e desta forma o agradecem".

O ministro da Justiça italiano, Clemente Mastella, disse esperar que "a investigação possa ser concluída o mais rápido possível", e acrescentou que acompanhará o processo "em respeito à autonomia da magistratura, à tutela das garantias dos cidadãos e à observância do princípio de presunção de inocência".





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/294120/visualizar/