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Internacional
Sábado - 27 de Maio de 2006 às 18:50

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse hoje aos cadetes da Academia Militar de West Point que seu país vencerá o terrorismo do mesmo modo que ganhou a Guerra Fria, em um fim de semana em que os EUA lembram os que morreram em conflitos militares.

No discurso deste sábado não houve uma palavra sequer das menções sobre erros cometidos no Iraque, que surgiram em sua entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, na última quinta-feira.

Por outro lado, o líder americano ofereceu uma visão idealista dos Estados Unidos aos 730 homens e 131 mulheres que se formaram hoje. Bush afirmou que o país é o principal promotor da democracia no mundo, em conflito com a ideologia do terrorismo islâmico.

"Os Estados Unidos combaterão os terroristas em qualquer lugar, e não descansaremos até que essa ameaça para o nosso país tenha desaparecido" disse Bush no campus de West Point, em Nova York.

O presidente fez seu discurso comparando a guerra contra o terrorismo com o conflito com a União Soviética, que marcou a segunda metade do século XX.

"Como na Guerra Fria, lutamos contra os seguidores de uma ideologia assassina, que odeia a liberdade, esmaga toda discordância, tem ambições territoriais e persegue objetivos totalitários", disse.

O presidente tinha como platéia a 208ª turma a 208 sair de West Point desde que em 1802 o presidente Thomas Jefferson fundou a academia em um forte da época da guerra de independência.

Trata-se da primeira turma saída desse centro desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

"Cada um de vocês veio aqui em um tempo de guerra, consciente dos riscos e perigos derivados de usar o uniforme de nossa nação", disse Bush, acrescentando que os cadetes "liderarão os filhos e filhas dos Estados Unidos na frente de batalha".

O presidente reconheceu que é um trabalho que tem seu custo, lembrando que os cadetes fizeram um minuto de silêncio 34 vezes, por tantos outros ex-alunos mortos no Afeganistão e Iraque durante este fim de semana.

Para homenagear os soldados, Bush irá ao Cemitério Nacional de Arlington, nas imediações de Washington, nesta segunda-feira, onde estão enterrados os heróis militares do país.

O presidente também dedicou hoje seu discurso de rádio para louvar a contribuição dos soldados americanos.

"Nos últimos dias no Iraque, vimos o que os seus sacrifícios tornaram possível", disse. "A formação de um Governo democrático no Iraque marca uma vitória pela causa da liberdade no Oriente Médio", acrescentou.

"Os terroristas agora lutam contra um Governo livre e constitucional", disse Bush.

Após mais de quatro meses de disputas internas, o Iraque conseguiu estabelecer um Governo de união nacional, liderado pelo primeiro-ministro, Nouri al-Maliki.

A notícia foi recebida com alívio pelo Governo dos EUA, que se preocupava com o fato de a instabilidade política beneficiar os insurgentes.

Em nenhum de seus dois discursos, marcados pelos elogios às forças armadas, Bush se referiu ao suposto massacre de civis iraquianos realizado por um grupo de fuzileiros navais em novembro do ano passado, fatos investigados pelo Departamento de Defesa.

Hoje, foram divulgados novos testemunhos de dois sobreviventes, que denunciam que os soldados assassinaram 24 pessoas de forma indiscriminada na cidade iraquiana de Haditha.

Os democratas dedicaram sua mensagem de rádio semanal às denuncias de roubo de informação pessoal de antigos membros das Forças Armadas dos EUA.

"Escandalizei-me ao ser informado de que o Departamento de Assuntos de Veteranos não só permitiu que nomes, números da previdência social e endereços dos veteranos vazassem, mas levou semanas para informar do roubo", disse o senador democrata Daniel Akaka em nome de seu partido.

O Departamento de Assuntos de Veteranos indicou que a informação roubada parece ter sido acidental, pois estava em mãos de um funcionário cuja casa foi assaltada, e que até agora não tinha sido utilizada.

Bush não se referiu ao incidente em seu discurso de hoje.




Fonte: EFE

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