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Cidades/Geral
Sábado - 20 de Maio de 2006 às 09:18

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O deputado José Janene (PP-PR) decidiu depor no Conselho de Ética da Câmara no processo em que é acusado de ter recebido dinheiro do "valerioduto". Depois de se recusar a comparecer várias vezes, alegando problemas de saúde, Janene encaminhou carta ao colegiado informando que está disposto a contar sua versão no próximo dia 31 de maio.

A iniciativa de Janene fará com que o processo se arraste por mais uma semana. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), havia marcado para quarta-feira a leitura e votação do relatório do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). O pefelista deverá pedir a cassação de Janene. Diante do apelo do progressista, Izar decidiu esticar o prazo.

"É a última chance para ele se explicar. Se não vier desta vez, marco imediatamente a votação do relatório. Esse processo vai ser encerrado na primeira semana de junho com ou sem o depoimento dele", afirmou Izar.

Ontem, a Polícia Federal apreendeu documentos no escritório de José Janene em Londrina (PR). A apreensão ocorreu durante a "Operação Lavaduto", que investiga a origem e destino das movimentações bancárias que apresentaram indícios do crime de "lavagem de dinheiro".

O presidente do Conselho de Ética disse que já recebeu da PF material sobre o caso e que encaminhou os documentos para o relator do processo. "Os documentos já estão com o relator. Não dá para avaliar se as novas denúncias terão influência no processo, mas é mais uma prova contra ele [Janene]", disse.

Exigência

Para depor no Conselho de Ética, José Janene fez uma exigência. Disse que irá à Câmara acompanhado de dois médicos. O deputado Ricardo Izar, em contrapartida, também destacou dois médicos da Casa para acompanhar a sessão.

Izar afirmou que se a intenção de Janene é fazer do depoimento "um show" para sensibilizar os deputados, ele não encontrará espaço. "Eu espero que ele não faça disso um show. Eu não vou permitir que isso aconteça", avisou.

Janene aparece como beneficiário de R$ 4,1 milhões sacados pelo seu assessor, João Cláudio Genu, das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Ele afirma que o partido passava por problemas financeiros e que, com parte do dinheiro, o PP pagou um advogado que defenderia um integrante da bancada.

O processo contra Janene é o último a ser analisado pelo Conselho de Ética dos acusados de envolvimento no "valerioduto". O caso é o mais atrasado porque Janene enfrenta problemas cardíacos, já atestados por uma equipe médica da Câmara.





Fonte: Folha Online

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