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Economia
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 07:30

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O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) entrou ontem com uma ação de manutenção de posse, com pedido de liminar, no Fórum da Capital para que sejam retiradas as barreiras feitas por pecuaristas nas entradas de 40 dos 136 escritórios do órgão espalhados pelo Estado.

A classe aderiu na última segunda-feira ao movimento dos produtores rurais, o Grito do Ipiranga, e está lacrando cadeados das entradas dos escritórios do órgão e fazendo piquetes para que servidores não possam trabalhar. No primeiro dia de mobilização dos pecuaristas, 19 escritórios foram fechados.

Nos escritórios onde a entrada dos servidores está liberada, os manifestantes não permitem a entrada dos usuários, a atitude tornou inviável a prestação de serviços, inclusive na área de defesa vegetal.

Em Cuiabá, os portões do Parque de Exposições da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) continuam fechados, no espaço está o Indea da Capital. As unidades estão paradas e não há previsão de retorno das atividades. Segundo o presidente do Indea, Décio Coutinho, os pedidos de liminar para manutenção de posse precisam ser despachados pelo fórum para as comarcas dos municípios, o que deve levar algum tempo, “por isso não é possível fazer previsões”.

Com o fechamento do órgão, ficam suspensos todos os serviços prestados, como os da área de defesa sanitária animal, defesa sanitária vegetal, identificação e cubagem de madeira e as emissões das Guias de Transporte Animal (GTAs). As guias permitem a saída do gado em pé até os frigoríficos para abate. Cerca de 1,2 mil GTAs são emitidas por dia em todo o Estado, número que ficou comprometido após a paralisação.

O diretor-secretário da Acrimat, Vicente Falcão, diz que não deve faltar carne no mercado e que mesmo que a adesão ao movimento traga alguns prejuízos aos pecuaristas, o sacrifício vale a pena. “Cerca de 30% a 40% dos produtores rurais mato-grossenses também trabalham com a pecuária. Estamos propensos a fazer o sacrifício. Queremos a integração entre as classes”.

Os pecuaristas engrossam o coro das reivindicações à União, pedindo mudanças na política cambial, redução dos encargos e tributos, melhoria na malha viária e permissão para que um número maior de pecuaristas possa exportar para o mercado europeu.

A Acrimat realizará hoje uma reunião para definir os rumos do movimento de acordo com as decisões judiciais que forem sendo expedidas e com o resultado da reunião de ontem entre os governadores e o presidente Lula, em Brasília.

Coutinho encaminhou na última segunda-feira pedidos de explicação sobre o protesto para sindicatos rurais dos municípios e produtores da região em que o Indea está interditado, mas até a tarde de ontem apenas o Sindicato Rural de Barra do Bugres tinha justificado a adesão ao Grito do Ipiranga.

MOBILIZAÇÃO -- Estão com os serviços do Indea interrompidos, devido à manifestação, os municípios de Cuiabá, Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Mirassol D’Oeste, São José dos Quatro Marcos, Glória D’Oeste, Araputanga, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Lambari D’Oeste, Salto do Céu, Indiavaí, Curvelândia, Juara, São José do Rio Claro, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Canarana, Pontal do Araguaia, Alta Floresta, Juína, Castanheira, Aripuanã, Juruena, Pontes e Lacerda, Comodoro, Campos de Júlio, Figueirópolis, D’Oeste, Jauru, Rondolândia, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste, Sapezal, Vale São Domingos, Vila Bela da S. Trindade, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Denise, Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis, Arenápolis, Nortelândia, Nova Marilândia, Diamantino, Porto Estrela, Alto Paraguai e Santo Afonso.





Fonte: Diário de Cuiabá

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