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Economia
Segunda - 15 de Maio de 2006 às 12:15
Por: Ubiratan Braga

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Solucionar a crise da agricultura parece está tão perto quanto a vontade de por um ponto final nos transtornos e discussões que envolvem o setor. Pelo menos é esta a intenção e visão do agricultor Eliseu Francisco de Oliveira (PPS), presidente da Câmara Municipal de Tapurah. Eliseu se propõe apresentar resoluções para o agronegócio, segmento responsável por 49% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Temeroso com o caos social, o vereador afirma que os produtores se cansaram da política adotada pelo governo federal. Por duas semanas consecutivas produtores de diversas regiões de Mato Grosso se aliaram aos demais produtores do Brasil bloqueando rodovias. Queimaram até maquinários na tentativa de sensibilizar o governo federal.

Iniciado na região Norte do Estado o movimento “Grito do Ipiranga”, objetiva alertar a sociedade brasileira, os governantes e todos os segmentos envolvidos na cadeia do agronegócio, a respeito da mais grave crise que atinge o setor. A queda de renda da agropecuária está desencadeando gravíssimos problemas sociais no campo e nas cidades. Desde novembro de 2004, representantes do meio alertam o Governo Federal para as graves conseqüências dessa crise que em função da sua dimensão, não se limita às propriedades rurais.

Em Brasília o movimento obteve do ministro Roberto Rodrigues (da Agricultura) o anúncio da liberação de mais de R$ 1 bilhão para comercialização de soja e sustentar os preços do grão, em todo o país na safra 2005/2006. Não é o bastante na opinião da maioria. O presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) Rui Carlos Ottoni Prado, por exemplo, foi taxativo: "Com certeza as mobilizações (de bloqueios de rodovias) vão continuar até o dia 25 de maio", garante.

As iniciativas do governo, segundo Ottoni, serão insuficientes para cobrir até o custo de produção. "Hoje o preço médio da saca da soja para o produtor é de R$ 15,00 na média e com o prêmio (de até R$ 6,00) pode chegar a R$ 21, 00, mas o custo de produção por saca é de R$ 25,00", disse.

O alento não é suficiente, segundo o vereador Eliseu, em que pesem as atribuições das esferas governamentais e da iniciativa privada. Conforme o agricultor, o caminho está na responsabilidade por parte da União em permitir e aceitar as diversas reivindicações propostas. “A quebradeira e falta de perspectiva vão continuar. O agricultor está disposto a tudo”, alerta Eliseu, numa nítida demonstração de que o problema pode ser mais sério do que se imagina.

Eliseu considera que dos treze itens da pauta de reivindicação, na resolução da crise, devem ser prioridade como meios eficazes a concessão de melhor preço na compra do produto, pois o praticado não alcança o custo; compra do milho (safrinha); securitizar a renegociação da divida em dez anos com dois de carência e manutenção do estoque regulador no campo.

Eliseu afirmou que a problemática que o setor enfrenta precisa de apoio de lideranças políticas, pois sem elas dificilmente a questão terá resultados satisfatórios. “O problema da agricultura é político. Sendo assim precisamos de políticos do porte de Riva, que aderiu ao movimento, para podermos encontrar respaldo no Congresso”, finaliza.





Fonte: Da Assessoria

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