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Economia
Domingo - 14 de Maio de 2006 às 08:49

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Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) está desenvolvendo um projeto para estimular a produção de cerca de 1,782 bilhão de litros de álcool em Mato Grosso. O volume ampliará em 126% a atual produção do Estado. O objetivo é atrair produtores rurais interessados em diversificar a produção aproveitando parte da área total agricultável, para o plantio de cana-de-açúcar. O plano de construção de 10 destilarias de álcool em 10 municípios mato-grossenses está em fase de estudo. Em média a demanda é de 22,5 mil hectares para garantir produção suficiente para abastecer uma usina. Isso significa uma demanda total de 247,5 mil hectares. O cálculo usa como base a produção de uma usina de médio porte, que demanda de cerca de 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar para produzir 135 milhões de litros de álcool.

São considerados também a média de produção de 90 litros de álcool por tonelada de cana-de-açúcar. Por hectare plantado são colhidos cerca de 80 toneladas da matéria-prima por safra. Para a implantação de cada usina são necessários investimentos entre R$ 60 milhões e R$ 120 milhões, recursos que poderão ser captados junto ao Banco da Amazônia. Em média o prazo para o início das atividades da destilaria é de 2 anos. O secretário adjunto de Desenvolvimento da Sicme, José Epaminondas Conceição, destaca que a idéia é uma alternativa à crise pela qual passa o setor primário da economia.

O objetivo não é fazer com que os agricultores migrem para a produção de cana-de-açúcar, mas sim diversificar a atividade. Um dos pré-requisitos para integrar o projeto é manter a cultura de origem nas fazendas.

Conceição frisa que Mato Grosso reúne todas as condições necessárias ao desenvolvimento do setor sucroalcooleiro. Além do clima e topografia favorável, os produtores já têm experiência em agricultura, o que torna viável a atividade.

A produção de cana-de-açúcar envolve ainda a geração de 2,5 mil empregos por usina. Os trabalhadores são empregados no corte da cana. Contando com as vagas nas destilarias o número salta para aproximadamente 3 mil empregos diretos em cada projeto.

Para o presidente do Sindalcool, Piero Vicenzo Parini, Mato Grosso tem um ótimo potencial para produção de cana-de-açúcar. O principal entrave ao setor é a logística desfavorável.

A infra-estrutura para o escoamento da produção não é atrativa a novos investimentos. Em função disso, a diversificação da atividade agrícola não é suficiente. É necessário que o Estado tenha um plano de logística, com abertura de fronteiras. Para isso a pavimentação da BR-163 até Santarém, no Pará, seria uma alternativa viável.

Para Parini somente medidas dessa natureza vão resolver os problemas e incrementar rapidamente o setor sucroalcooleiro no Estado.





Fonte: Gazeta Digital

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