Workshop em Juína amplia a visão dos empreendedores locais

Levar informações e oferecer caminhos que possibilitem a pequenos, micros e médios empresários mato-grossenses encontrar soluções e alternativas que permitam diversificar e ampliar o perfil econômico do Estado. Para levar tais informações e auxiliar na busca por diversificação econômica, o Governo do Estado completa a 8ª edição do Workshop de Comércio Exterior e Políticas de Desenvolvimento Econômico realizada em Juína (750 km ao Norte de Cuiabá).

Organizado pela Casa Civil, o evento está sendo levado aos municípios-pólo do Estado com o objetivo de oferecer a empresários dos setores comercial e industrial informações pertinentes sobre associativismo, economia e logística e o potencial mercadológico de Mato Grosso.

O secretário de Planejamento de Juína, Flávio Hermes considera o evento mais que uma oportunidade de ouvir dicas e informações de consultores experientes, como também uma iniciativa que está sendo posta em prática. “Ao longo dos anos, várias chances de buscar caminhos alternativos ficaram somente no discurso e, com isso, a diversificação econômica de nosso Estado ficou relegada a um segundo plano e vários problemas se agravaram, como a questão ambiental”, pontuou o secretário. Flávio Hermes considerou ainda que a chance do público em ouvir especialistas nos assuntos abordados amplia a visão dos empreendedores locais. O secretário também concordou que o associativismo deve ser utilizado como uma ferramenta para contornar a crise.

“Nós sabemos que Mato Grosso de um modo geral, e Juína, em particular possui diversos produtos fortes e a oportunidade de se associar, de estreitar os laços comerciais deve ser considerada, uma vez que é uma chance de tornar um empreendimento mais sólido para que não seja rompido por qualquer fragilidade que aconteça no mercado internacional”, reforçou.

O evento contou com palestras de consultores econômicos e especialistas em comércio exterior , voltado a um público composto por empresários, profissionais liberais e estudantes.

O superintendente da Federação das Associações Comerciais de Mato Grosso (Facmat), Manuel Gomes da Silva abordou questões como o associativismo e a importância de pequenos e micro empresários buscarem as informações corretas para conduzir bons negócios. “Ás vezes o que um empreendedor necessita é apenas de buscar em um local a informação correta, pois os caminhos são encontrados através do conhecimento e chegando-se à solução”, ressaltou Manuel.

Fundada em 1984, a Facmat possui atualmente 64 associações vinculadas e atua em todos os conselhos deliberativos dos poderes constituídos. O empresário encontra na entidade informações que o auxiliam em diversas negociações de comércio exterior.

Qualidade e diversificação

Na opinião dos consultores, o caminho para diversificar a economia mato-grossense passa necessariamente pela qualidade nos produtos a serem negociados e na busca por parceiros e novos mercados.

“Por isso alertamos para as inúmeras possibilidades que ao longo de décadas foram ignoradas, pois historicamente a fronteira mato-grossense nunca foi aproveitada comercialmente. O potencial de ambos os lados é imenso e para que seja aproveitado é necessário que Mato Grosso faça efetivamente a integração sócio-econômica, pois nós somos tradicionais produtores de alimentos, mas a maioria dos potenciais consumidores desconhece”, observou Serafim Carvalho Melo, um dos palestrantes.

Na terceira palestra, do economista e consultor da Fundação Getúlio Vargas, Vivaldo Lopes, foram abordados os diferentes ciclos econômicos já ocorridos em Mato Grosso e também das perspectivas econômicas. Vivaldo acredita que a atual crise econômica será superada, pois, está sustentada no agronegócio.

”Essa é uma crise conjuntural, contudo, é passageira pelo fato de se sustentar na economia agrícola. Mato Grosso apresentou um crescimento nos últimos dez anos três vezes maior que o crescimento nacional, por isso, o estado resiste a essa crise, uma vez que o mercado interno deu um salto qualitativo e agora está

Mato Grosso cresceu nos últimos dez anos a uma taxa de 6,7% anuais, enquanto que o país registrou um crescimento quase três vezes menor, de 2,2%. “O momento que vivemos é de buscar e traçar novas perspectivas, agregando valor ao que já é produzido e fortalecendo as marcas”, considerou o economista.