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Cidades/Geral
Terça - 21 de Março de 2006 às 08:47
Por: Rose Domingues

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Famílias inteiras já estão ilhadas às margens do rio Cuiabá, em Santo Antônio do Leverger (27 Km de Cuiabá), onde na manhã de ontem faltavam apenas 45 centímetros para o nível das águas atingir a "cota de alerta" que é de 9,55 metros.

Pelo menos 3,5 mil pessoas residem em diversas comunidades ribeirinhas da região, o significa 20% da população local. Cerca de 1,2 mil podem ficar desabrigadas a qualquer momento ao longo de 11 mil quilômetros de extensão até a divisa com o município de Barão de Melgaço (128 Km de Cuiabá).

Por enquanto, o risco de uma enchente em grandes proporções não passou pela cabeça dos moradores da cidade, que tranquilamente pescam no quintal de casa, sem ter pressa de deixar o local.

"Já peguei lambari, bagre e até pintado. Também vi jacarés rondando a casa", assegura a comerciante Luzia Monteiro, 58, que perdeu praticamente tudo nas enchentes ocorridas em 2001 e 1994. Atrás da casa dela, uma criação de porcos foi resgatada. As galinhas foram transferidas para o ponto mais alto do terreno, para fugir da água que se aproxima da casa.

O prefeito Faustino Dias Neto (PFL) explica que foi avisado no domingo à noite sobre o risco que a cidade está enfrentando, mas ainda não sabe até que ponto abrir as comportas da Usina de Manso pode interferir nas previsões habituais. "Estamos tentando nos precaver para não acontecer igual a catástrofe de Nova Orleans (EUA), mas até que ponto tudo isso é verdade eu não sei".

Cerca de 8 comunidades estão localizadas em área de risco, onde todo ano há alagamentos. Entre Barra do Poço, São José da Boa Vista, Rebojo, Barranco Alto e Barra do Aricá a situação é mais delicada. Em Aricá, duas famílias foram resgatadas na manhã de ontem por homens do Corpo do Bombeiros e Defesa Civil do Estado e levadas para o ginásio de esportes.

Outras pessoas desceram pelo rio em embarcações próprias e se abrigaram na casa de parentes. Pelo menos 10 bombeiros envolvidos na operação continuaram o trabalho até o final da tarde.

"Queremos evitar o pior, mas primeiro temos que fazer um levantamento do estrago e do que ainda pode acontecer", afirmou o tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Sidney Rodrigues Faria.

O combustível para os 8 barcos era escasso ontem de manhã. Faltava alimentos e remédios para as famílias ribeirinhas. O hospital conta com apenas 30 leitos.





Fonte: A Gazeta

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