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Economia
Quinta - 02 de Março de 2006 às 13:49
Por: Clark Boyd

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Um dos responsáveis é Dennis Whittle, que trabalhou durante 14 anos no Banco Mundial supervisionando grandes projetos de desenvolvimento financiados por empréstimos milionários.

Em 1997, o chefe de Whittle disse que queria passar a investir em pequenos projetos e depois de várias tentativas frustradas de vencer a burocracia do Banco Mundial e tocar os pequenos projetos, ele decidiu fazer uma sessão de brainstorm.

"Eu e meus colegas decidimos que iríamos fazer um dia aberto a qualquer um que quisesse nos convencer a investir em um projeto. E que tomaríamos a decisão no mesmo dia", conta.

Mistura de Ebay e Amazon

Mais de mil grupos de 85 países submeteram idéias para pequenos negócios e para projetos sem fins lucrativos. Cerca de 500 foram escolhidos e convidados a ir a Washington para discutir financiamento. O Banco Mundial acabou dando US$ 5 milhões (R$ 10,6 milhões) para criar dezenas de pequenas novas empresas.

O que ficou na cabeça de Whittle foi uma conversa com uma sul-africana que não ganhou o financiamento, mas não ficou chateada. Ela se dizia convencida de que muita gente em todo o mundo poderia financiá-la se soubessem do seu projeto.

Whittle deixou o banco e foi buscar oportunidades no chamado "mercado secundário" para doações. No ano 2000 ele e um colega criaram um programa privado de microfinanciamentos na internet.

O Global Giving liga doadores relativamente pequenos ao redor do mundo que querem fazer uma diferença.

"O site é uma combinação de eBay com Amazon, e a idéia é que projetos qualificados em todo o mundo sejam listados, desde que atendam certas condições," afirma.

Um doador para um projeto de HIV/AIDS pode achar um projeto para financiar e até enviar e-mails para os responsáveis pedindo mais informações.

O doador pode dar de US$ 10 a US$ 150 mil.

E o Global Giving não está sozinho na exploração do poder da internet para associar doadores e pequenos empresários.

Um casal da Califórnia criou um site chamado Kiva. O programador de computadores Matt Flannery explica que queria "criar um programa no qual alguém nos Estados Unidos, na Europa ou na Austrália, ou em qualquer lugar do mundo pudesse emprestar dinheiro pela internet para um pequeno empresário na África".

Quem empresta não recebe juros, mas quem pega os empréstimos paga juros baixos, que são revertidos para pagar os custos de Kiva.

Alertas

A internet, no entanto, também pode ser um perigo para o setor de micro-financiamento, segundo Ethan Zuckerman, do Centro de Internet e Sociedade da Harvard Law School.

Zuckerman, que também é um dos diretores-conselheiros da Global Giving, alerta para o perigo de fraudadores querendo fazer dinheiro fácil e roubar doadores de boa fé.

"O desafio destas microinstituições de caridade é identificar projetos bons, analisá-los e garantir que eles têm bom nível e vão ter o dinheiro investido com sabedoria," diz Zuckerman.





Fonte: BBC Brasil

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